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Ponto de Vista

19/03/2008

A realidade e o futuro da Implantologia

 

Mario Groisman*

 

 

 

A Odontologia brasileira, de um modo geral, vem ocupando um lugar de destaque no contexto mundial. Investimento e comprometimento profissional cada vez maiores vêm nos colocando em um primeiro time de profissionais. Um bom exemplo disso é o da Conferência Mundial da Nobel Biocare em Las Vegas, realizado no ano passado, que reuniu 8000 participantes de todo o mundo. Dentre os palestrantes, um grupo de brasileiros formado por mim, Dr. Adauto de Freitas Jr., Dra. Andrea Cury e Dr. Dario Adolfi, Dr.José Cícero Dinato, Dr. Carlos Eduardo Francischone, o que mostra a maneira exponencial que vem aumentando o número de ministradores brasileiros no exterior.

 

A despeito das grandes disparidades sociais que testemunhamos em nosso país, a cada dia a Odontologia se torna mais harmonizada com as novas soluções clínicas disponíveis no mercado. Cada vez mais a Implantodontia começa a ser inserida no âmbito da graduação. Cursos de especialização, atualização, de mestrado e doutorado com alta qualidade clínica e científica são oferecidos à classe odontológica.

 

 

A implantologia oral ainda é uma especialidade muito ágil dentro de um conceito científico de novos desenvolvimentos. Os produtos devem passar por diferentes fases no processo de investigação: estudos in vitro, in vivo, estudos experimentais e estudos de curta e longa duração com grupos controlados de pacientes são características importantes e que envolvem altos custos.

 

A tecnologia aplicada aos implantes parece ser inesgotável. Porém, a melhor tecnologia e as mudanças conceituais com a curva de aprendizado da especialidade como um todo ainda são produzidas fora de nossas fronteiras. No entanto, como em todas as especialidades temos um gradiente de situações clínicas. Em relação ao implantodontista brasileiro, ele está cada vez melhor situado devido à grande experiência clínica e à menor distância entre o atual conhecimento científico e a prática odontológica. O importante é o entendimento da mecânica de obtenção do conhecimento. A formação do profissional aliada à participação constante em congressos e cursos, assim como o acesso à literatura, são fatores determinantes na evolução da especialidade.

 

 

 Infelizmente,     para a maior parte de nossa população os custos de  implantes são muito elevados quando comparados com a maioria da população dos EUA ou da Europa. Principalmente por se tratar de um trabalho de ponta, baseado em detalhes, o que sem dúvida, eleva o valor a ser pago. Mas torna-se claro que o valor agregado representa maior custo final.

Há possibilidade, porém, de utilização de outros materiais que não o titânio em implantes. A literatura é clara no emprego de biocerâmicas, como a hidroxiapatita de cálcio. Um outro exemplo é o uso de zircônia, que vem sendo profundamente estudada em relação a diferentes aspectos como fratura, microestrutura, macroestrutura e biocompatibilidade.

 

Em relação às perspectivas futuras e tendências, ficaria muito feliz com a diminuição do número total de implantes empregados, pois a melhor Odontologia é aquela que auxilia nossos pacientes a preservarem os dentes e as estruturas que os suportam. Já em relação à Implantologia como especialidade vejo uma tendência ao emprego de metodologias menos invasivas, que auxiliam à maior manutenção das estruturas biológicas, instalações de implantes sem a abertura de retalhos mucoperiosteais. Neste contexto, cirurgias guiadas e, consequentemente, navegação cirúrgica são aspectos a serem acompanhados para a formação do profissional do futuro.

 

*Mario Groisman é mestre em Periodontia pela Universidade de Lund (Suécia), especialista em Implantodontia, professor de Implantologia Oral da São Leopoldo Mandic (Campinas) e consultor da Nobel Biocare

Fonte Edita comunicação

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