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Orientando
A
Amamentação e a Odontologia
- A amamentação tem sido
incentivada por ser o leite materno não só o alimento mais completo e digestivo para
crianças de até um ano de idade, como também por ter ação imunizante, protegendo-as
de diversas doenças. Crianças aleitadas ao peito têm melhor desenvolvimento mental e
maior equilíbrio emocional. A amamentação é gratificante para a mãe e interfere
beneficamente na saúde da mulher, por exemplo, diminuindo a probabilidade de câncer de
mama, ajudando na involução do útero e na depressão pós-parto. Hoje, diz-se que o
leite materno é ecologicamente correto, pois não consome recursos naturais em sua
produção e não gera lixo, como ocorre com os leites artificiais, além de ser mais
barato.
- Porém, poucos sabem que a
amamentação tem reflexos futuros na fala, respiração e dentição da criança.
-
- Um exercício muito
importante
- Quando a criança é
amamentada, está não só sendo alimentada, como também fazendo um exercício físico
dieta importante para desenvolver sua ossatura e musculatura bucal. Ao nascer, o bebê tem
o maxilar inferior muito pequeno, que irá alcançar equilíbrio no tamanho em relação
ao maxilar superior tendo seu crescimento estimulado pela sucção do peito.
- Toda a musculatura bucal é
desenvolvida, músculos externos e internos, que, solicitados, desenvolvem os ossos.
- Mamar no peito não é fácil,
daí o bebê ficar bastante transpirado. Esse exercício é o responsável inicial no
crescimento harmonioso da face e dentição. Usando mamadeira, esse exercício é quase
inexistente, e a preferência do nenê pela mamadeira vem da facilidade com a qual ele
ganha o leite, principalmente quando este flui por um furo generoso no bico. Para
exercitar-se com maior eficiência, a posição durante a mamada é importante: a criança
deverá ficar o mais verticalizada, o que também facilita a deglutição do leite.
-
- Uma atitude na tentativa de
evitar apinhamento dental (dentes "encavalados')
- Maxilares melhor desenvolvidos
propiciarão um melhor alinhamento da dentição, diminuindo a necessidade futura do uso
de aparelhos ortodônticos. Músculos firmes ajudarão na fala. Durante a amamentação,
aprende-se respirar corretamente pelo nariz, evitando amigdalites, pneumonias, entre
outras doenças. Quando a criança respira pela boca, os dentes ressecados ficam mais
expostos à cárie e as gengivas ficam inflamadas, os maxilares tendem a sofrer
deformações e os dentes, a ficar "encavalados", aumentando também o processo
de cárie.
-
- A amamentação
prepara o bebê para a mastigação
- A mamadeira costuma tomar-se
uma companheira para a criança ao longo de anos, habituando-a a uma dieta mole e
adocicada, que aumenta o risco de cáries (cárie de mamadeira); a criança tende a
recusar alimentos que requeiram mastigação. Depois da amamentação, a mastigação
correta continuará a tarefa de exercitar ossos e músculos. A amamentação prepara a
criança para a mastigação. Muitas mães reclamam que seus filhos, já crescidos, não
mastigam corretamente e recusam verduras e frutas, apreciando apenas doces e iogurtes.
Esquecem-se essas mães de que o que os habituou a essa foi o uso prolongado da
mamadeira. Mastigação incorreta pode levar também a problemas de obesidade e de
estômago.
-
- Evitando hábitos
prejudiciais
- Atrelada à mamadeira, vem a
chupeta, que também é usada normalmente por muito tempo, e o
hábito de chupar o dedo,
afetando o posicionamento dos dentes e trazendo também conseqüências danosas à fala e
à respiração.
-
- Abandonando a mamadeira
- A partir dos quatro meses,
quando a mãe lentamente começar a introduzir outros alimentos (desmame), deverá
fazê-lo usando apenas copos e colheres, evitando o uso de mamadeira ou
"chuquinha".
-
- Prevenindo a cárie
- A primeira consulta
odontológica de uma criança deveria ser antes do nascimento de seu primeiro dentinho;
nesse primeiro encontro, o odontopediatra orientaria a respeito da higienização, dieta e
com proceder quando os dentes começarem a irromper e a incomodar o bebê. Entre outras
coisas, aconselharia os pais a acosturnarem-se a levar seus bebês ao dentista, assim como
os levam ao pediatra, no sentido de se poder acompanhar de perto o desenvolvimento destes
na tentativa da erradicação da doença cárie.
-
Orientações sugeridas por Ana
Maria Lancia Sousa - Odontopediatra e Orientadora de Gestantes na Prefeitura de
Atibaia.
- Artigo extraído da REVISTA DA APCD V. 51, Nº 4, JUL./AGO. 1997
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