Entidade entregou ao Ministério da Saúde estudo com lista básica de materiais e instrumentais odontológicos necessários ao ensino prático na graduação e atualmente custeados pelos estudantes. Objetivo é subsidiar políticas públicas de apoio à aquisição desses produtos. Assunto será debatido com o Ministério da Saúde na 48ª Reunião Anual da Abeno, que começa quarta-feira (21), no Rio.
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No ensino prático das profissões da saúde, realizado muitas vezes em clínicas de instituições de ensino superior (IESs) que oferecem atendimento à comunidade, o estudante de odontologia é o único obrigado a arcar com os custos do material e instrumental necessário ao trabalho, o que encarece a formação do cirurgião-dentista e muitas vezes a torna proibitiva a grandes parcelas da população.
Diante dessa realidade, agravada pela mudança do perfil socioeconômico do estudante e pela dificuldade de muitos com o alto custo dos produtos e a falta de um padrão no que é solicitado, a Associação Brasileira de Ensino Odontológico (Abeno) realizou estudo que define o material básico padrão para o atendimento e critérios para subsidiar possíveis políticas públicas de apoio ao aluno na aquisição. Tema integra programação da 48ª Reunião Anual da Abeno, que acontece de 21 a 23 de agosto, no Windsor Guanabara Hotel, no Rio de Janeiro (RJ), com a participação de professores, estudantes, profissionais e gestores da odontologia brasileira.
Para a presidente da Abeno, Maria Celeste Morita, o estudo ajuda a sanar uma incoerência com a realidade atual do ensino superior. “Continuar a obrigar o estudante a assumir a compra de todo instrumental necessário para a sua formação é incoerente com as políticas inclusivas implantadas no Brasil nos últimos anos, que mudaram o perfil do aluno das faculdades e permitiram o acesso de jovens capacitados, mas em situação de vulnerabilidade socioeconômica”, explica. Além do custo, o estudo da Abeno observou haver uma variação grande do que é solicitado aos estudantes.
Bom para o aluno e para a população
A definição da lista básica de materiais e instrumentais teve como base as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de graduação em odontologia, que estabelecem diversas competências e habilidades específicas para a formação do profissional – entre elas, trabalhar em equipes interdisciplinares e atuar como agente de promoção de saúde, contemplando especialmente o Sistema Único de Saúde (SUS). Também foram estabelecidos os critérios norteadores dos termos de cooperação a serem firmados entre as escolas odontológicas e os gestores do SUS.
Ministério da Saúde debate medida na 48ª Reunião.
O estudo será discutido entre o poder público e a comunidade acadêmica odontológica durante a programação da 48ª Reunião Anual da Abeno, que começa na quarta-feira, 21, no Rio de Janeiro (RJ). Em reunião paralela com coordenadores e diretores de clínicas odontológicas de IESs brasileiras, o coordenador-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca Jr., vai tratar das demandas desse espaço de ensino-aprendizagem e das possibilidades viáveis para sua melhoria. A reunião paralela será coordenada pelo prof. Lino João da Costa, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com relatoria do prof. Cláudio José Amante, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), coordenador do estudo.
O trabalho teve colaboração de José Thadeu Pinheiro, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luiz Carlos Machado Miguel, da Universidade da Região de Joinville (Univille), e Maria Ercília de Araújo, da Universidade de São Paulo (USP).
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Fonte EditaBR