O atendimento feito à estudante Nayara Rodrigues da Silva, 15 anos, trouxe notoriedade ao departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial do CHM (Centro Hospitalar Municipal) de Santo André. A jovem foi baleada na boca ao fim do maior caso de cárcere privado do País no Jardim Santo André.
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Nayara perdeu o dente canino depois de levar um tiro de Lindemberg Alves e foi encaminhada ao CHM, onde foi operada. “Nossa responsabilidade aumentou. Temos de mostrar nossas habilidades, visando o bem-estar e a pronta recuperação dos pacientes vítimas de traumas graves”, afirmou Geraldo Prestes de Camargo, um dos coordenadores do curso de especialização de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial da APCD de Santo André.
Antes mesmo do caso Eloá, o departamento já era considerado referência no Grande ABC. Fraturas na face, como mandíbula, malar, nariz e órbita são os casos mais atendidos pelos dentistas.
A maioria dos pacientes que passam pelo hospital – em média são 40 por dia – é vítima de agressão. O restante é de pessoas que sofreram acidentes automobilísticos.
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“Atendemos 24 horas. Muitos hospitais da região nos procuram para que possamos, ao menos, fazer uma avaliação. Se tivermos vaga disponível no momento, fazemos os procedimentos necessários na hora”, explicou o coordenador do departamento de Odontologia e Cirurgia Buco-maxilo-facial do CHM, Ricardo Wagner Modes.
O departamento existe há 30 anos no CHM, mas foi reformulado em 2002 graças a uma parceria firmada com a APCD (Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas) de Santo André, que oferece um curso de dois anos de especialização na área de buco-maxilo-facial.
Os interessados fazem as aulas teóricas na sede da associação e as práticas no hospital. “A equipe é formada por seis residentes do primeiro ano, seis do segundo e sete professores, além dos coordenadores do curso”, disse o coordenador Ricardo Wagner.
Além das cirurgias – em média são realizadas 25 por mês -, o departamento mantém sete dentistas para atendimento de odonto-urgência. “Sempre temos um profissional de plantão. Toda emergência é atendida”, explicou Ricardo Wagner.
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Fonte: Diário do Grande ABC