Autor/Fonte: Profa. Katia Regina Izola Simone *
Outros Autores: Prof. Dr. Claudio Costa **
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INTRODUÇÃO
Considerando-se que a base craniana é composta por estruturas que estabelecem sua deflexão e estabilidade precocemente, avaliou-se a possibilidade de usar o Ângulo da Base Craniana como parâmetro de comparação entre ângulos que expressam as dimensões faciais. MÉTODOS Foi aplicada a análise de correlação de Pearsons entre o Ângulo da Base Craniana, Ângulo do Eixo Facial, Ângulo Facial e da Dentição, através de radiografias cefalométricas de 47 jovens do sexo masculino e 53 jovens do sexo feminino, com idade média de 13 anos e 5 meses, leucodermas, com harmonia facial, oclusão normal e dentição permanente.
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RESULTADOS
Aferimos que o Ângulo da Base Craniana, o Ângulo do Eixo Facial e Ângulo Facial apresentaram correlação direta e estatísticamente significante, enquanto que a correlação entre o Ângulo da Base Craniana e o Ângulo da Dentição apresentou-se inversa e estatísticamente significante.
CONCLUSÕES
Concluimos que o Ângulo da Base Craniana é um parâmetro confiável, podendo ser utilizado na avaliação do desenvolvimento facial normal do paciente infantil.
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INTRODUÇÃO
A base craniana exerce um papel essencial no crescimento craniofacial, ajudando a integrar, espacial e funcionalmente diferentes padrões de crescimento em várias regiões vizinhas ao crânio, como os componentes do cérebro, os olhos, cavidade nasal, cavidade bucal e faringe.Arquitetonicamente, a base craniana proporciona a plataforma sobre a qual o cérebro cresce e a face se desenvolve; conecta o crânio com o resto do corpo se articulando com a coluna vertebral e mandíbula, provendo condução para todas as conexões nervosas e circulatórias entre o cérebro e a face e pescoço. Armazena e comunica os órgãos dos sentidos no crânio e forma o teto da nasofaringe. A afirmação de que a base craniana tem sua angulação estabelecida precocemente e apresenta estabilidade encontra suporte científico desde 1955 com Bjork , que afirmou que a linha sela-nasio e o contorno da fossa craniana anterior permaneciam constantes durante a adolescência, sendo portanto adequados como referência. Melsen ,em 1974 ,em um amplo estudo histológico de blocos de tecido da fossa craniana média de 126 cadáveres , com idade variando de 0 a 20 anos de idade e mortos subitamente ou depois de doença no maximo com 7 dias de duração , concluiu que a base craniana é uma estrutura constante durante o crescimento, estabilizando-se entre os 6 e 7 anos de idade.Enlow, em 1993 , afirmou que o assoalho craniano é a base sobre a qual a face é construída, e que o comprimento e largura de partes específicas do assoalho craniano são expressos em dimensões equivalentes da face. Henneberke e Prahl–Andersen,1994, afirmaram que os padrões de desenvolvimento normal devem ser conhecidos para servir como base de comparação e entendimento do crescimento de padrões anormais. Os valores aferidos do ângulo Nasio- Sela – Basio , representativo da base craniana variam de 128 a 131 graus , sendo que estas diferenças provavelmente se devem às diferentes medições (Stramrud,1959;Ricketts,1960;Pinto et al.,1983;Diwert et al.,1985;Dixon et al.,1997 e Cotrim-Ferreira,1999). A proposição deste trabalho é a de estudar as correlações entre o Ângulo da Base Craniana e Ângulos que expressam as dimensões verticais da face , ou seja , Ângulo do Eixo Facial, Ângulo Facial e Ângulo da Dentição em um grupo de jovens brasileiros , leucodermas , com oclusão normal , dentição permanente, não tratados ortodônticamente.
MATERIAL E MÉTODO
Foram usadas 100 terradiografias de jovens com idade média de 13 anos e 5 meses, sendo 47 do sexo feminino e 53 do sexo masculino. O traçado anatômico foi elaborado segundo Ricketts (1982,1989 ) , onde observamos os ângulos correspondentes e relacionados. Foram selecionados os seguintes ângulos: 1. Ângulo da Base Craniana, formado pelos pontos cefalométricos Basio-Sela –Nasio , 2. Ângulo do Eixo Facial, formado pelos pontos cefalométricos Pterigoídeo-Gnatio , 3. Ângulo Facial , representado pelos pontos cefalométricos Nasio-Protuberância Mentoniana –Vertigo , 4. Ângulo da Dentição,representado pelos pontos cefalométricos Espinha Nasal Anterior, Xi ( centro do ramo ascendente da mandibula ) e Protuberância Mentoniana. Para se avaliar se existiam dados extremos na amostragem estudada, foram construídas as distâncias de Mahalanobis com as 6 variáveis consideradas no estudo. O estudo da correlação entre as variáveis foi realizado através de gráficos de dispersão e do cálculo de coeficientes de correlação de Pearson e coeficientes de determinação. Os cálculos estatísticos e parte dos gráficos foram realizados utilizando o software estatístico JMP ( SAS Institute Inc.(1995) Statistics and Graphics Guide.Gary,North Carolina,USA).
RESULTADOS
Ao teste de distâncias de Mahalanobis, nenhum indivíduo ultrapassou a fronteira crítica , não sendo necessário descartar nenhum desta verificação, significando que a amostra é uniforme. Na Tabela 1 encontram-se medidas resumo ( média , desvio padrão , mínimo e máximo ) das variáveis consideradas ( n =100 ).Na Figura 2 encontram-se as médias 2 desvios padrão das variáveis da Tabela 1 . Na Tabela 2 encontram-se os coeficientes de correlação r ( de Pearson ) entre as variáveis em estudo. DISCUSSÃO O interesse pelo tema desta pesquisa é principalmente o de constatar se, baseados nas correlações estudadas, podemos verificar a influência das características da base craniana no desenvolvimento das estruturas dentofaciais através do interrelacionamento do ângulo da Base Craniana com ângulo do Eixo Facial, ângulo Facial e da Dentição , bem como sua aplicação na ortodontia – ortopedia facial. Quanto à confiabilidade do ângulo Nasio.Sela.Basio , selecionado como parâmetro de comparação neste estudo , já em 1959, Stramrud declarava que o ângulo citado era constante desde a infância, sendo portanto adequado como referência, fato corroborado por Ricketts ( 1960 ), Melsen ( 1974 ) e Cotrim-Ferreira ( 1999 ). Anderson e Popovich ( 1989 ) comparando o ângulo da base craniana entre pacientes com normoclusão e má oclusão Classe I e outro grupo Classe II de Angle , afirmaram que os pacientes com Ângulo da Base Craniana mais abertos apresentavam o ângulo do ramo mandibular ( Condílio . Gônio ) e base posterior do crânio ( Sela. Condílio ) mais fechados. Já Wilhelm et al. ( 2001 ) depois de um estudo longitudinal de 14 anos de crescimento da base craniana e sua relação com as mas- oclusões de Classe I e II esqueletais, afirmaram que o padrão de crescimento da base craniana foi similar nos dois grupos estudados, não confirmando a premissa de que o ângulo da base craniana mais obtuso se relaciona com o padrão esqueletal de Classe II. Cotrim-Ferreira ( 1993, 1999 ) verificou que o ângulo da base craniana era maior nos pacientes braquifaciais, diminuindo nos mesofaciais e sendo menor ainda nos dólicofaciais . Kawashima et al. (2002),em 45 telerradiografias de crianças sem distúrbios respiratórios,estudaram as estruturas craniofaciais e concluíram que o tipo facial hipodivergente de Jarabak estava associado com a face larga, aumento da altura facial posterior, diminuição do ângulo entre o corpo e o ramo mandibular , diminuição da altura facial e menor ângulo da base craniana. Freitas e Coelho ( 1999 ) e Nanda ( 1990 ) não comprovaram correlação entre os tipos faciais e a base craniana. O valor médio do ângulo da Base Craniana resultante da análise do grupo abordado neste estudo foi de 129.25, com desvio padrão de 5.20 , sendo próximo dos valores aferidos por Stramrud ( 1955 ),Ricketts(1960 ), Pinto et al. ( 1983 ), Diewert ( 1985 ), Anton ( 1989 ), Ursi et al ( 1993 ). Os valores médios obtidos para os outros ângulos estudados foram : Ângulo do Eixo Facial – média de 89.56, com desvio padrão de 3.57 concordando com Ricketts( 1982 ) e Faltin Jr.( 1997 ) ; Ângulo Facial – média de 60.83, com desvio padrão de 3.58. Sugerido por Faltin Jr.( 1999 ) em substituição ao Ângulo Cone Facial de Ricketts ( 1982 ) , pela maior confiabilidade do ponto Pm ( protuberância mentoniana ). Ângulo da Dentição – média de 41.85, com desvio padrão de 3.36 , enquanto Ricketts ( 1982 ) aferiu 47o com desvio padrão de 4 o e Faltin Jr. ( 1997 ) aferiu 45o com desvio padrão de 3º . O ângulo da Base Craniana se correlaciona com o Ângulo do Eixo Facial diretamente ( 0.238, p<0.05 ), nos levando ao raciocínio de que se a deflexão da base craniana aumenta, nos leva a um Eixo Facial tendendo à seus limites máximos dentro da amostragem estudada, resultado também encontrado por Sakima ( 1992 ) que encontrou correlação significante e direta entre os Ângulos do Eixo Facial e Base Craniana em pacientes portadores de má oclusão de Classe II de Angle. O Ângulo da Base Craniana se correlacionou diretamente ( 0.235,p<0.05 ) com o Ângulo Facial, concordando com Ricketts (1960 ) que afirmou que a deflexão da base craniana estava relacionada diretamente com o aumento do comprimento da face . A correlação entre o Ângulo da Base Craniana e o Ângulo da Dentição se mostrou mais fraca e inversa ( -0.198,p<0.05 ), nos levando à observação de que a diminuição da deflexão da base craniana está relacionada com uma menor altura da dentição. O Ângulo do Eixo Facial se correlacionou significantemente à 0.1% com o Ângulo da Dentição .
A correlação foi caracterizada como inversa ( -0.602,p<0.001 ), ou seja, quando o Ângulo do Eixo Facial aumenta, o Ângulo da Altura da Dentição diminui, concordando com Faltin Jr. ( 1997 ), quando afirma que uma face harmoniosa apresenta correlação inversa entre o ângulo do Eixo Facial e os ângulos da Altura Facial Total e Altura da Dentição. Uma face longa, com padrão retrognático tem a altura da dentição aumentada e o Eixo Facial diminuído ( Ricketts , 1995 ).
Nem sempre é possível fazer uma abordagem ortodôntica- ortopédica facial precoce nos pacientes, o que seria ideal pela possibilidade da elaboração do diagnóstico preventivo de fato , previsão de crescimento e plano de tratamento em uma fase na qual se pode atuar sobre o crescimento facial, harmonizando o desenvolvimento da dentição e o restabelecimento de suas funções estomatognáticas. Como o ângulo da Base Craniana mostra-se estável desde a mais tenra infância , como afirmaram Brodie ( 1955 ),Stramrud ( 1959 ), Ricketts ( 1960 ), Melsen ( 1974 ), Diewert ( 1985 ) e Dixon et al. ( 1997 ), e apresentou correlações estatísticamente significantes com os ângulos que expressam as dimensões faciais e dentárias, podemos afirmar que é indicado como parâmetro com os citados ângulos na avaliação do desenvolvimento facial normal do paciente infantil, sendo de vital importância no estabelecimento do tipo facial e no desenvolvimento facial do indivíduo.
Pelas correlações aferidas por este estudo, podemos concluir que se uma criança apresenta um ângulo da Base Craniana com valores maiores que 129,2o com desvio padrão de 5o, os ângulos do Eixo Facial e ângulo Facial também variam na mesma direção, pela relação direta que ambos apresentaram com o referido ângulo. Já o ângulo da Dentição, por apresentar relação inversa com o ângulo da Base Craniana varia no sentido oposto, ou seja, o ângulo da Base Craniana nos seus limites máximos leva a um ângulo da Dentição onde devemos supervisionar e prevenir a instalação de uma sobremordida profunda. Ocorrendo a variação do ângulo da Base Craniana para seus valores mínimos ou inferiores ao aferido por este estudo, devemos supervisionar a tendência da criança de apresentar no futuro um ângulo da Dentição aumentado, fato que sugere uma acentuada divergência dos planos horizontais faciais, podendo haver a necessidade de cuidados maiores em relação à supervisão da sua dentição bem como no tratamento ortodôntico-ortopédico facial. Os diferentes resultados apresentados pelos autores nos estudos sobre correlações entre o ângulo da Base Craniana e má oclusões consultados, nos levam a concordar com Lavelle ( 1979 ) quando afirma que o desenvolvimento simultâneo do cérebro, flexão da base craniana e postura ereta influenciam o posicionamento do complexo craniofacial, sendo este capaz de alterações compensatórias e com Solow ( 1980 ) e Anton ( 1989 ), autores que destacam a influência de fatores ambientais sobre a deflexão da base craniana. Segundo Lieberman et al.(2000) o formato da base craniana é o produto multifatorial de numerosas interações filogenéticas, de desenvolvimento e funcionais. A grande diversidade de grupos étnicos na população brasileira e a complexidade dos fatores envolvidos no desenvolvimento das más oclusões faz com que haja dificuldade em se estabelecer padrões cefalométricos confiáveis e aplicáveis ao diagnóstico ortodôntico-ortopédico facial da maioria dos brasileiros. Nos parece ser mais indicado a pesquisa e o estabelecimento de Normas Flutuantes para a população brasileira , como as elaboradas por Hasund ( 1977 ), Segner ( 1989) e Franchi et al. (1998 ), ou seja , valores que facilitem a identificação das estruturas craniofaciais que se desviam da normalidade, levando em consideração o tipo facial individual de cada paciente.
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