A fluoretação das águas fornecidas pelo sistema de abastecimento público foi tema de debate na noite do último sábado (25), no auditório da reitoria da UFPB, durante Mostra de Iniciação Científica em Odontologia. Durante o evento, que contou com a participação de professores e alunos do departamento de odontologia da instituição, o vereador Ubiratan Pereira (PSB), Bira, proferiu palestra sobre o papel do Legislativo e do Executivo dentro do processo de fluoretação de águas fornecidas à população.
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O vereador Bira informou durante o evento que neste mês de maio estará promovendo uma audiência pública na Câmara Municipal para discutir a fluoretação da água no sistema de abastecimento da Capital e o impacto para a população. Ele acrescentou que está elaborando um Projeto de Lei Municipal que institui em João Pessoa a obrigatoriedade da Cagepa fornecer água com flúor com objetivo de reduzir os índices de cáries da população. “Desde o ano de 1974 existe uma Lei Federal que obriga os municípios, que já possuem sistema de abastecimento público, a realizar a fluoretação das águas, além de portarias que regem tecnicamente como o município pode se adequar dentro da Política Nacional de Saúde Bucal”, ressaltou.
De acordo com dados do Ministério da Saúde a Paraíba possui apenas dois municípios (Alagoinha e Baia da Traição) com fornecimento da água fluoretada, beneficiando cerca de 22 mil pessoas. “Essa é um número insignificante e queremos, a partir de João Pessoa, multiplicar a quantidade de pessoas que tenham acesso a água com flúor. Vários municípios já demonstraram a intenção de inserir a fluoretação no sistema de abastecimento público, mas houve uma negativa por parte do governo do Estado anterior”, lamentou Bira.
Participaram do debate na UFPB, a professora doutora em odontopediatria, Ana Maria Gondim, a professora de saúde coletiva, Talita Ribeiro, o presidente do CA de Odontologia, Yuri Wanderley e o coordenador de saúde bucal de João Pessoa, Danílson da Cruz. Para a odontóloga, Ana Maria, desde que Baixo do Guandu,no Espírito Santo, primeiro município brasileiro a implementar a fluoretação da água em 1953 que os estudos epidemiológicos mostram que a redução da ocorrência de cáries nas pessoas variam em até 60%. “Isso representa um custo bem menor em demandas complexas, já que com menos dentes cariados também haverá menos restauração e extração. Estudos demonstram que o custo per capita anual do flúor na água é de apenas R$ 1,00 e, portanto, é importante que a Lei Federal que regulamenta o flúor na água seja cumprida”, avaliou.
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O odontólogo Danilson da Cruz ressaltou que o Ministério da Saúde em sua Política de Saúde Bucal prevê recursos para implantação da colocação de flúor na água que garantem cerca de 90% para compra dos equipamentos, instalação para o tratamento da água e o fornecimento de flúor por um ano até a regularização da licitação. “ A população tem por direito consumir a água fluoretada, mas infelizmente a Lei Federal não vem sendo aplicada”, finalizou..
Fonte: Paraiba.com