A ideia é similar aos testes do pezinho e da orelhinha, disponibilizados na rede pública de saúde para bebês. Através de uma série de exames, os dentistas conseguem identificar como será a dentição da criança na idade adulta e prever futuros problemas.
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Os testes são feitos desde que nasce o primeiro dentinho do bebê, e são repetidos nos demais dentes conforme eles vão aparecendo. As avaliações incluem a estrutura do dente e a composição, e indicam tendências a cáries e perdas dentais que podem ser prevenidas. Segundo Palhano, isso pode reduzir inclusive os custos de tratamentos futuros.
– Fica mais simples para os pais entender o que acontece com os dentes dos filhos e como são os tratamentos desde o primeiro dentinho. Isso os deixa mais tranquilos — avalia.
Na palma da mão
O teste do dentinho integra o Kindo, o primeiro aplicativo brasileiro odontológico do país, também desenvolvido por Palhano. O sistema funciona como um prontuário digital, com versões para o dentista e o paciente. Além de ter o histórico disponível na palma da mão, também informa quando é hora de visitar o dentista e alerta para o autoexame de câncer de boca periódico — inclusive, ensinando como fazer.
O dentista usuário do aplicativo abastece o sistema com os dados do paciente, que pode baixar sua versão gratuitamente. O app reúne informações sobre os procedimentos feitos ao longo da vida em cada um dos dentes (para quem tiver passado pelo teste do dentinho, isso inclui desde a primeira dentição), e facilita a escolha pelo tratamento mais adequado.
A dobradinha saúde-tecnologia combina com o perfil de Palhano, que chegou a ficar em dúvida quanto a seguir carreira na odontologia ou na informática. Acabou ficando com a primeira opção, mas diz que manteve o interesse pela tecnologia.
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— Aplicativos de saúde são comuns em outros países no mundo, mas temos falta disso aqui. Facilita a vida tanto do profissional quanto do usuário — afirma.
O aplicativo começou a ser desenvolvido em 2014, entre as startups de inovação daAssociação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). A ideia foi apresentada no Festival de Empreendedorismo de São Paulo, e acabou com o 3º lugar no país no Prêmio Pequenas Empresas, Grandes Negócios. A partir daí, recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação em SC (Fapesc).
Desde que foi lançado oficialmente, para os sistemas iOS e Android, o Kindo já é usado por cerca de 600 dentistas no país. Em dezembro, o sistema abriu para investidores na Bolsa de Valores.