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Dispositivo desenvolvido na FOP simula aplicação de anestesia odontológica

O cirurgião-dentista Leandro Pereira desenvolveu em sua tese de doutorado, na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) da Unicamp, um simulador virtual para o ensino de anestesia local em Odontologia. A ideia é criar uma ferramenta pedagógica para alunos de simulagraduação e de pós-graduação. O orientador da tese foi o professor José Ranali, também da FOP.
Chamado Dental Simulator, o aplicativo já foi testado por 23 alunos de graduação. A boca do paciente virtual tem as mesmas características anatômicas – tecidos moles e osso – de uma boca natural. Os resultados se mostraram promissores. Em apenas uma semana de uso, o índice de sucesso no procedimento aumentou de 20% para quase 60%. “A grande vantagem do treinamento virtual é que ele propicia inúmeras repetições em um paciente virtual, para que o profissional se senta mais seguro no uso da técnica de anestesia, porque é justamente a repetição que trará o aprimoramento” explica Leandro.

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Versão em 3D

O projeto foi inteiramente desenvolvido na Unicamp e teve a participação do professor do Instituto de Biologia (IB) Eduardo Galembeck, que colaborou no desenvolvimento do aplicativo no Laboratório de Tecnologia Educacional. Galembeck tem amplo conhecimento na área de ensino e de tecnologias educacionais.
Em sua pesquisa, Leandro se baseou na técnica que envolve o maior número de fracassos no dia a dia do clínico, que é o bloqueio do nervo alveolar inferior. Em geral, nessa técnica é aceito até 40% de insucesso anestésico, tal a sua dificuldade de execução. No paciente virtual, o estudante pode praticar e aprender as técnicas anestésicas no modo simulação, assistindo a vídeos de procedimentos reais, lendo textos interativos e melhorando suas habilidades. O programa também oferece, em versão beta, a denominada realidade aumentada, em que o usuário pode optar por usar o aplicativo com óculos 3D. Assim é possível fazer o treinamento anestésico em um ambiente simulado em terceira dimensão.

Reação semelhante à real

O paciente virtual apresenta uma reação semelhante à reação clínica de um paciente real, ao passar por uma punção. Quando a agulha toca a gengiva ou o osso, o paciente virtual reage na tela movimentando a língua, como se estivesse sentindo dor. O celular ou o tablet também reagem vibrando, como se o paciente tivesse balançado ou se movido em função da sensibilidade. Quando o usuário finaliza a técnica de anestesia no simulador, recebe um feedback de erros e acertos. Os erros são listados diante dele a fim de que saiba onde falhou. Por meio de um hiperlink, é possível o usuário saber quais informações deveria ter verificado para não incorrer no mesmo erro numa próxima simulação ou num próximo procedimento clínico. “Esse mecanismo de correção faz com que o aplicativo, além de agir como um simulador, seja um mecanismo de autoaprendizado para o aluno, colaborando muito para a parte educacional e pode vir a ser utilizado por outras especialidades”, comenta Ranali.

Disponível em três idiomas

O Dental Simulator é um aplicativo inédito. Há outros simuladores disponíveis no mercado, mas são protótipos que não têm o mesmo nível de proximidade com a realidade, explicam os autores. Para leva-lo à larga escala comercial, Leandro e Ranali o idealizaram para um público internacional. Criaram o dispositivo em três línguas: português, espanhol e inglês. Foi pensado também para funcionar em diferentes sistemas operacionais, como IOS da Apple, Android, Windows e MacOsX. Há dez dias, ele já está disponível para download na Apple Store. A ferramenta tem uma parte gratuita e outra paga, porém de baixo custo. “Assim, o usuário pode fazer compras de algumas técnicas dentro do próprio aplicativo”, esclareceu Leandro.

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Literatura Recomendada

Manual de Anestesia Local 6a Ediçao -Stanley F. Malamed

Fonte: Jornal do site

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