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Dores na coluna cervical podem se origem na boca

O tratamento para problemas desse tipo, que atinge principalmente pessoas acima dos 30 anos


Você não tem tempo para comer direito e vive beliscando qualquer coisa. Esse hábito cada vez mais comum, aliado a problemas bucais, pode resultar em dores na coluna cervical. Tudo começa com a consistência da comida que ingerimos atualmente. Elas são mais fáceis de mastigar e isso faz com que a musculatura da face deixe de exercer a função para a qual ela foi criada. “Mastigar bem produz um relaxamento da musculatura”, diz o cirurgião dentista Lauro Delgado, especialista em estética e reabilitação oral da clínica Odonto Integrada Delgado, de São Paulo. Ele explica que a falta de mastigar alimentos mais duros, aliada a problemas bucais como contato prematuro (ao fechar a boca um dente tem contato antes que os demais), uma obturação mal feita ou o apinhamento (dentes encavalados) resultam em problemas de mordida que quase sempre geram uma disfunção na articulação terporomandibular, mais conhecida como ATM. E, numa sucessão de mordidas erradas, desgastes e compensações, o corpo se encarrega de adequar, nesse caso negativamente, articulações, músculos e ossos, que resulta em dores na coluna cervical.

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“Estudos realizados na Europa e nos Estados Unidos mostram a forte relação entre a postura corporal com atividades vitais como respiração e, principalmente, alimentação”, explica Francisco Rogério Aguiar de Menezes, cirurgião dentista, bucomaxilofacial e chefe das equipes de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial dos hospitais São Camilo e Samaritano, na capital paulista.


Ele lembra que a coluna vertebral também envolve uma série de nervos, tendões, músculos e ligamentos que doem quando há algo errado e que não é comum as pessoas relacionarem problemas bucais com alterações no organismo. “No geral, quando sentem dores nas costas, as pessoas procuram um especialista em coluna, um ortopedista, mas na consulta descobre-se que a origem do problema está na boca”, diz o doutor Lauro. “Quando a mordida não é perfeita, a mandíbula se desvia lateralmente para fazer o ajuste e compensar o desequilíbrio”, acrescenta. Como resultado, temos uma mordida desalinhada e a mandíbula sobrecarregada de um só lado. Dessa forma, os músculos do pescoço, e a seguir da coluna cervical, acompanham esse novo posicionamento na tentativa de compensar o desvio causado na boca. “Assim, temos um problema desencadeado e, a seguir, refletido na coluna cervical”, diz ele.


Menezes enfatiza que o estresse torna o quadro ainda mais complicado. “O estresse é causador e agravante de quase todos os problemas físicos”, afirma. Mas como o processo para que esses problemas apareçam é de longo prazo, a prevenção é muito importante. “Em alguns casos, mesmo com a correção dos dentes, a dor na coluna cervical não é resolvida pois, devido ao tempo, já ocorreram lesões sérias”, afirma. “É preciso procurar um dentista com regularidade para avaliar a mordida, o hábito de mastigação e prestar atenção na qualidade da alimentação. Comer maçã, laranja com bagaço e pão italiano, por exemplo, é muito bom”, alerta o doutor Lauro.

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“As pessoas procuram o dentista pela dor ou pelo amor”, brinca Lauro, lembrando que a visita ao profissional é feita por questões estéticas ou quando surge uma dor. Mas o mau posicionamento dos dentes ou a sua falta podem ter consequências mais sérias. “Se uma pessoa perde os dentes de trás ela passa a mastigar com os da frente. Portanto, mastiga pouco e produz menos enzimas que auxiliam na digestão”, diz ele. “Isso sobrecarrega o estômago e pode resultar em dores gástricas e até mesmo numa gastrite”, completa o doutor Francisco.


O tratamento para problemas desse tipo, que atinge principalmente pessoas acima dos 30 anos, mas têm também aparecido em adolescentes, é multidisciplinar. Além do diagnóstico e da eliminação das causas, pode requerer o envolvimento de fisioterapeutas


Fonte : AE

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