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Doutora da USP defende novo olhar sobre o tratamento da cárie

Monica Campos da FORP falou sobre o tema no 27º CIOSP

Quando o assunto é cárie, todos pensam em um buraco no dente e dores de intensidade variada. Afinal, a cárie tem origem no Latim e significa “cavidade”. Porém, esta doença, tão comum no âmbito da saúde bucal, é muito complexa e requer um olhar mais amplo por parte dos dentistas.

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Esta posição foi defendida por Mônica Campos Serra, professora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp-USP), durante palestra no 27º Ciosp – Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo -, que acontece até quarta-feira (28) no Anhembi.


A especialista explicou que a cárie ocorre com a perda dos minerais cálcio e fosfato e ação de várias bactérias. “A lesão é apenas o sinal clínico”. Porém, o tratamento odontológico convencional tem seu foco basicamente na restauração deste traumatismo, sem considerar as características de cada paciente.


Segundo a especialista, um tratamento amplo da doença pode ser mais eficiente. “O desenvolvimento da cárie atinge cada pessoa de forma diferente. A partir desta constatação, o dentista pode trabalhar com um diagnóstico preciso e resultado mais eficiente”, explica a cirurgiã-dentista.

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A diminuição da produção de saliva, por exemplo, é um dos causadores da doença, e pode estar relacionada à ingestão de remédios para emagrecimento ou ansiolíticos, entre outros. “Quando esta substância rica em fosfato diminui, a proliferação de bactérias na boca aumenta”.


Neste caso, a ingestão de saliva artificial pode parar ou até mesmo controlar uma lesão, como explicou Mônica. “Neste sentido, acredito que os profissionais precisam entender melhor o comportamento da bactéria, assim como a relação entre a cárie e o açúcar”.


“A salivação é essencial para a saúde bucal. Porém, o que poucos sabem é que, com sua diminuição, ocorre a perda de minerais e anticorpos que integram sua constituição. Isso aumenta o risco de doenças”.


Um entendimento mais completo por parte do dentista pode ser alcançado com a busca da “anamnese” do paciente. O termo é a definição técnica para algo simples: o histórico do indivíduo – baseado em suas lembranças -, que abrange desde os sintomas iniciais até o momento da observação clínica.

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“Esta é uma nova postura em relação à cárie. Como ela é uma doença multifatorial, quanto mais informações o dentista obtiver sobre a vida do paciente, mais condições ele terá para definir o tratamento mais adequado”, apontou Mônica Serra.


A especialista considera que o público em geral também precisa ter acesso à maior quantidade de informações possível sobre o tema. “É um verdadeiro trabalho de educação voltado à promoção da saúde bucal e que tem como uma de suas características a prevenção. O autocuidado é uma forma importante de lidar com este mal e, para isso, o conhecimento é fundamental”.


Para Mônica, as escolas e os pais têm um papel importante neste trabalho. “É um processo que conta com a participação de todos. Existe uma área na Odontologia denominada Odontologia Comunitária que enfatiza este aspecto. Acredito que educação e motivação são essenciais.”


Porém, lidar com questões como persuasão, comportamento e hábitos de profissionais e pacientes é um desafio. “São públicos diferentes e, por isso, temos que trabalhar com linguagens específicas. No caso dos profissionais, posso usar como recurso o embasamento científico, a linguagem técnica, por exemplo.”[14]


Quando questionada sobre uso de produtos e equipamentos, a professora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto disse que é preciso ter cautela. “O laser, por exemplo, funciona apenas como auxiliar. Seu uso isolado não irá controlar a doença. Além disso, em algumas situações, ainda é preciso usar instrumentos convencionais”.


Fonte Lu Fernandes Assessoria de Comunicação

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