A gengivite é uma das doenças periodontais mais comuns e atinge 90% da população mundial em todas as faixas etárias. Seu diagnóstico é realizado por meio da inserção de uma sonda metálica entre a gengiva e o dente do paciente, processo por vezes doloroso. Agora esse procedimento odontológico pode estar com os dias contados. Pesquisa inédita divulgada durante o 27º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo apontou a simples escovação feita pelo dentista como método prático e indolor para detecção da gengivite.
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“A escovação em consultório é uma prática pouco utilizada pelos profissionais em todo o mundo. O estudo mostrou que ela pode ser usada pelos dentistas como recurso de diagnóstico e acompanhamento da inflamação da gengiva”, relatou o professor de Periodontia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Cassiano Kuchenbecker Rösing, durante palestra no Ciosp.
Durante a escovação no consultório, o profissional deve observar se há sangramento. “A presença de sangue durante ou após a escovação pode ser indicativo de que o padrão de higiene bucal rotineiro do paciente é deficitário. Já sua ausência é um bom sinal de que o controle da placa está bem feito”, detalha o professor.
Para a realização do trabalho, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul reuniram 34 crianças de escolas públicas de Porto Alegre, com idades de três a seis anos de idade, durante 30 dias de investigação. O estudo constatou que todas apresentavam diagnóstico de gengivite.
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“Comparamos o uso da escova com os resultados obtidos pela utilização da sonda, assim como pelo uso do fio dental, e os resultados foram os mesmos, com a vantagem de não causar dor ao paciente”, explica o idealizador da pesquisa realizada por um grupo de alunos do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Além da possibilidade de diagnóstico com uma simples escova, a prática também pode fazer com que a população veja a escovação como algo fundamental dentro do processo de higiene bucal. “O uso da escova e do fio dental pelo dentista no consultório pode ter um importante impacto comportamental para o paciente. Esta atitude tão simples pode mudar a forma como ele vê a escovação. Nesse sentido, esta prática também tem um caráter educativo”, entende o professor Cassiano.[14]
Despertar a curiosidade em pais e pacientes é, sem dúvida, um aspecto positivo da escovação profissional. “Enquanto escova o dente, o dentista pode conversar com o paciente de forma didática, a respeito da importância do controle da placa bacteriana. Com essa informação, a pessoa saberá se está fazendo a higiene bucal corretamente, evitando assim o surgimento da gengivite”.
Fonte: SEGS Portal Nacional
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