Calma que o assunto é serio!
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Lendo sobre o fiasco de vários estudantes de direito que não acertaram nenhuma questão sequer, na prova da OAB, logo imaginei como seria se o Conselho Federal de Odontologia (CFO), fizesse também uma prova nesses moldes.
Não seria para mim, espanto nenhum haver resultados iguais ou piores do que os estudantes de direito…
Comecei o texto falando que o assunto é sério, e realmente é.
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O enfoque da mídia recai sobre a péssima qualidade de ensino de muitas faculdades, mas, na outra ponta estão os estudantes, sendo eles também responsáveis por toda essa baixa qualidade no ensino brasileiro.
Explico:
Como professor, tenho me deparado cada vez mais com alunos descompromissados com o curso que estão fazendo. O incrível que logo na era da informação fácil e abundante, do conhecimento a um clique, os alunos se apresentem tão despreparados e tão desinformados das dinâmicas que regem o seu curso.
Cada vez mais me deparo com alunos no melhor estilo “Lady Kate”, como estão pagando, não aceitam serem repreendidos, e em contrapartida não encaram com seriedade o ensino. Como estão pagando, se sentem no direito de fazer tudo, inclusive não estudar. Aceitam um ensino a baixo da media para não precisarem se dedicar aos estudos.
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Infelizmente, estou generalizando. Pois percebo que a cada vez mais, mais alunos entram na vala-comum do não aprendizado, criando, assim, um ciclo vicioso: alunos mal preparados, profissionais desqualificados e desmotivados, carreira em baixa e profissão assustadoramente desvalorizada.
Esses mesmos alunos estão perpetuando esse tipo de ensino, também, nos cursos de pós-graduação. Como pouco aprenderam na graduação, correm logo atrás de um curso de pós, mas se encontram tão sem base que acabam repetindo o mesmo ciclo vicioso da graduação. É incrível como existem cursos de pós na área de odontologia no Brasil, onde muitos desses cursos são meros caça- níqueis desses alunos despreparados, formados em péssimas faculdades criadas, a toque de caixa, a partir dos anos 90.
Calma, que o assunto é sério!
Para toda uma geração, a luta está perdida. Esses continuarão perpetuando o estilo “Ladykatista” pela vida a fora… O que não podemos deixar acontecer, é que mais uma geração se perca.
Urge fazer um pacto onde o professor terá que exercer realmente seu papel de mentor e de transformador do intelecto dos alunos, conduzindo-os à luz do conhecimento.
E os alunos recebam realmente todo conhecimento com o fervor de um crente. Que façam o seu papel de críticos, reivindicadores, e investigadores. Porém sem a fantasia de “Lady Kate”.
As faculdades e Universidades se colocarem como centros de pesquisa, propagadoras de novidades e inovações e, não; somente um carnê.
Assim, com essa tríade teremos um ensino de qualidade, beneficiando toda a sociedade.
Leia também: Paradoxos e círculos viciosos da odontologia.
E Você o que pensa sobre o assunto?