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Erosão dentária aumenta entre crianças de 3 a 4 anos

A pesquisa foi realizada com 967 crianças entre 3 e 4 anos, com a dentição decídua (não definitiva, conhecida como “dentes de leite”) completa, na cidade de Diadema (Grande São Paulo)

 
Desgaste por erosão foi detectado em 51,6% das 967 crianças do estudoA erosão dentária causada por ácidos gástricos ou presentes na dieta já atinge metade das crianças em idade pré-escolar, revela pesquisa da Faculdade de Odontologia (FO) da USP. O estudo da dentista Christiana Murakami aponta um maior número de casos de erosão entre crianças com refluxo gastroesofágico e a ingestão frequente de sucos ácidos e refrigerantes como indicador de risco para a doença.

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A pesquisa foi realizada com 967 crianças entre 3 e 4 anos, com a dentição decídua (não definitiva, conhecida como “dentes de leite”) completa, na cidade de Diadema (Grande São Paulo). “Em 51,6% dos participantes do estudo já havia desgaste patológico por erosão, sendo que a maioria das lesões erosivas encontrava-se em estágio inicial, acometendo o esmalte dos dentes”, conta a dentista. “Trata-se de um número alarmante, devido a pouca idade das crianças”.


De acordo com Christiana, a erosão dentária ainda é pouco conhecida no Brasil. “Muitos dentistas não sabem o diagnóstico preciso e o tratamento correto”, aponta. “A ocorrência de erosão tem aumentado entre crianças e jovens, inclusive em idade pré-escolar, associada à mudança de hábitos alimentares e a maior freqüência de distúrbios gastrointestinais”.


Por meio de entrevistas com os pais, foram verificadas os principais fatores associados à ocorrência de erosão. “Entre os fatores intrínsecos, verificou-se maior número de casos quando há refluxo gastroesofágico frequente relatado”, afirma a dentista. “Basta o refluxo chegar ao esôfago para alterar o pH salivar e a acidez afetar os dentes”.

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Ácidos
Os principais fatores extrínsecos associados à erosão identificados pela pesquisa estão relacionados com a dieta. “O consumo de refrigerantes mais de duas vezes ao dia e o consumo de sucos ácidos nos dois dias anteriores ao levantamento mostram-se indicadores de risco da doença”, aponta Christiana. “Até mesmo um suco de frutas naturais, espremidas na hora, expõe os dentes aos malefícios dos ácidos”. O estudo faz parte da dissertação de mestrado da dentista, defendida no último mês de dezembro e orientada pelo professor Marcelo José Strazzeri Bönecker, da FO.


Os sucos industrializados, muito consumidos pelos pré-escolares, apresentam maiores riscos, pois também possuem ácidos que são adicionados durante a elaboração do produto. “Muitos pais sabem que os refrigerantes fazem mal para os dentes por causa do açúcar que causa a cárie, mas desconhecem os malefícios ácidos contidos nos mesmos e nos sucos artificiais como os de caixinha, em pó ou concentrados”, ressalta a dentista. “Uma das medidas de prevenção indicadas é restringir o consumo de bebidas ácidas e, quando for consumi-las, preferir bebidas geladas e ingeri-las com o uso correto de um canudo, posicionado na língua e não a frente dos dentes”.


Para a pesquisadora, os resultados da pesquisa reforçam a necessidade do diagnóstico precoce na prevenção da doença. “Como a erosão é um processo cumulativo, se for detectado desgaste patológico, é possível alertar pais e educadores sobre os riscos dos ácidos, especialmente aqueles presentes na dieta das crianças”, afirma.


Entre as providências que podem ser tomadas, a dentista recomenda que as crianças não escovem os dentes imediatamente após a ingestão de sucos ácidos e refrigerantes, e em caso de vômito. “Como os ácidos ainda estão em contato com os dentes, amolecendo o seu esmalte, o uso da escova provocará abrasão e desgastará ainda mais o esmalte”, diz. “O ideal é esperar ao menos dez minutos e fazer um bochecho com água ou enxaguatório bucal neutro antes da escovação”.

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Mais informações:               (11) 3091-7835         (11) 3091-7835


Fonte: Agência USP

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