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Estudo mostra que só 7% dos profissionais avaliam saliva do paciente

Saliva pode ser grande aliado no combate a várias doenças

Embora menosprezada por grande parte dos dentistas, a saliva pode sugerir como está a saúde bucal e a do corpo, como quadros depressivos, diabete, anemia, cirrose, artrite e doenças auto-imunes. Apesar disso, apenas 7% dos profissionais consultados pela Sociedade Brasileira de Periodontologia (Sobrape) avaliam a saliva de seus pacientes. Esta é a conclusão de um estudo apresentado neste ano durante o 8º European Symposium on Saliva, na Holanda, pela periodontista Denise Falcão, mestre em ciências da saúde e pesquisadora da Universidade de Brasília.

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“O teste de saliva é simples, leva uns 15 minutos. O problema é que vários dentistas não sabem aplicá-lo. Basta ter um medidor digital de PH, uma pipeta graduada, um timer e um espessímetro. Não é equipamento caro.” Na opinião de Denise, a falta de informação entre os dentistas começa na sala de aula. “Constatamos que 69% dos profissionais consultados nem sequer tiveram aula sobre saliva na faculdade. Mesmo assim, 73% deles disseram considerar a saliva importante para avaliar a saúde do paciente”, detalha Denise. Participaram do estudo da Sobrape 58 profissionais, recrutados em várias regiões do País.


A dentista explica que o volume de saliva pode fornecer pistas importantes sobre patologias, mas enfatiza a necessidade de exames complementares para um diagnóstico preciso. Este é o caso da síndrome de Sjögren, que tem caráter auto-imune e acomete sobretudo mulheres. “Trata-se de uma destruição das glândulas lacrimais e salivares que podemos detectar pela escassez de saliva e lágrimas. Tenho vários casos nos quais o diagnóstico partiu de uma suspeita levantada pela saliva”, exemplifica Denise.


Nos casos de alteração salivar, exames de sangue e as análises clínicas são boas alternativas para investigar suspeitas. A consultora de estomatologia da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) e doutora em odontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Carméli Sampaio, diz que a saliva tem sido muito estudada pelos dentistas mas pouco usada como instrumento investigativo. “Uma saliva mais grossa pode indicar, por exemplo, reação de leveduras, como é o caso da cândida, conhecida como sapinho. Não é à toa que na tradicional medicina chinesa o diagnóstico é dado após análise da língua e da saliva.”

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Fonte: Agência Estado

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