Uma dor de dente não é a melhor lembrança que alguém pode ter quando pensa em passar uma temporada no campo ou numa praia distante. A visita ao dentista, antes de uma viagem prolongada pelo País ou um passeio no Exterior, pode evitar esse e outros transtornos, principalmente para quem está sentindo algum desconforto ou sensibilidade excessiva nos dentes ou apresenta histórico recente de cirurgia bucal, tratamento de canal, implante ou tratamentos extensos.
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Para o presidente do 28º Ciosp – Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, José Ranali, o viajante também não deve esquecer os hábitos de higiene bucal durante o período de descanso: “Afinal, quem está de férias é a família! Os microrganismos responsáveis pela formação de cáries e da doença periodontal continuam em plena atividade”. Professor titular da Unicamp, José Ranali vai presidir o maior evento de Odontologia da América Latina, que acontece de 30 de janeiro a 03 de fevereiro e deve atrair cerca de 70 mil participantes ao Palácio de Convenções e o Pavilhão de Exposições do Anhembi.
Em caso de traumas – como quedas e batidas –, o ideal é sempre evitar a automedicação e procurar a ajuda de um profissional. “A pessoa deve estancar o sangramento, colocar gelo e, no máximo, tomar um analgésico até ser atendido por um dentista”, explica o professor gaúcho de Odontopediatria, Paulo Kramer, da Universidade Luterana do Brasil. Durante o 28o Ciosp, ele dará uma palestra sobre “Traumatismos dental em crianças e adolescentes”.
De acordo com este especialista, cerca de 30% das crianças com dentes de leite, sofrem algum tipo de trauma, que afeta os dentes, principalmente as quedas. A partir dos seis anos, quando a dentição é definitiva, a proporção de traumas cai para 15% e é provocada por quedas e esportes radicais (skate) ou de contato (como basquete e rugbi).
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Dicas úteis dos especialistas
A ida ao dentista, antes de uma viagem prolongada ou ao Exterior, pode ser muito útil para os pais de crianças e jovens, que estão prestes a vivenciar a experiência da erupção de um molar. O primeiro molar surge entre os seis e sete anos. Já o terceiro ocorre por volta dos 18 anos e costuma ser o mais doloroso, porque o dente não encontra espaço na boca. “O profissional pode dar conselhos sobre como lidar com essa situação”, explica o professor José Imparato, da Faculdade de Odontologia da USP, que vai integrar a equipe de conferencistas na área de Odontopediatria do 28o Ciosp.
Na opinião deste especialista, os pais devem ficar atentos a crianças que usam aparelhos ortodônticos removíveis. “Elas costumam perder os aparelhos no dia-a-dia, imagine quando estão em férias?”, brinca José Imparato. De acordo com o caso e a duração da viagem, o ortodontista pode permitir aos pais deixar o aparelho em casa.
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Crianças, jovens e adultos que usam aparelhos ortodônticos fixos podem também receber dicas úteis do dentista para lidar com situações inesperadas. “Se a criança está na Disney e um fio do aparelho fixo se solta, pode provocar muito incômodo na gengiva”, explica Paulo Kramer.
Além da escova, da pasta de dentes e do fio dental, o viajante pode levar consigo outros apetrechos para garantir a saúde bucal. Quem tem bruxismo (ato de ranger ou apertar os dentes de forma involuntária) não deve esquecer a placa de mordida em casa. A escova interdental não deve faltar no nécessaire daqueles que precisam de uma higiene especial, como as pessoas com aparelhos ortodônticos fixos.
Fonte: Blog do CIOSP