Uma nova tecnologia para diagnóstico precoce do câncer de lábios e de pele está em teste na Clínica de Dermatologia do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo. O exame é feito com um microscópio especial, semelhante a um aparelho de ultrassom, sem a necessidade de cortes ou de anestesia.
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Em contato com a mucosa oral ou com a pele, o aparelho emite um laser de baixa frequência, que escaneia a área suspeita sem lesar o tecido. As imagens são ampliadas no computador, permitindo a análise detalhada das alterações celulares.
Único na América do Sul, o equipamento faz parte de um projeto de pesquisa da Faculdade de Odontologia da USP e foi comprado com a ajuda de um financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A coordenadora da pesquisa, Silvia Lourenço, explica que por enquanto a tecnologia não vai substituir a biópsia. "A grande vantagem do equipamento é que ele permite examinar várias áreas suspeitas sem cortes ou anestesia. O exame é indolor", diz. Além disso, quando confirmada a existência do câncer, o equipamento poderá ser útil no processo de retirada do tecido afetado.
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Mas antes de ser incluído na rotina de atendimento do hospital, o microscópio será testado em 50 pacientes com suspeita de câncer labial em tratamento na Clínica de Dermatologia. A fase de pesquisa tem duração prevista de dois anos. "No futuro, pode ser que essa tecnologia substitua a biópsia. Mas primeiro é preciso avaliar sua eficácia", explica Silvia.
Sol demais. O câncer labial é causado principalmente pela exposição ao sol sem proteção e representa cerca de 15 % de todas as neoplasias da cabeça e pescoço. Segundo Silvia, o diagnóstico é feito tardiamente na maioria dos casos, e os pacientes acabam sofrendo mutilações.
O novo microscópio também poderá ser útil no diagnóstico de outros tipos de câncer bucal, que podem se manifestar sob a forma de feridas que não cicatrizam em uma semana.
Outros sintomas são ulcerações superficiais, com menos de 2 centímetros de diâmetro, indolores, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na parte interna da boca, caroços, inchaços, áreas de dormência, sangramento sem causa conhecida e dor na garganta que não melhora. O consumo regular de cigarro e álcool é o principal fator de risco para a doença.
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Fonte: Estadão