O Brasil é o país do mundo com mais cirurgiões dentistas: são mais de 200 mil profissionais em atividade por aqui. Também é o primeiro país em número de clínicas de radiologia. Como a radiografia odontológica é o principal meio auxiliar de diagnóstico do cirurgião dentista, é dos maiores o número de raios X sendo feitos diariamente em todo o país.
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De olho nesse cenário, a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP mantém o Laboratório de Análise e Controle de Imagem Radiográfica Odontológica (Laciro). O Laciro conta com seis professores, dois funcionários, dois alunos de pós-graduação e alguns de iniciação científica.
Um dos principais serviços oferecidos pelo laboratório à comunidade é o Disque Laciro, criado no início dos anos 1990 para tirar dúvidas dos profissionais dentistas sobre a operação de aparelhos radiológicos. Atualmente, o serviço é oferecido não apenas via telefone, mas também por email.
O cirurgião dentista, muitas vezes, não está capacitado a operar adequadamente o aparelho de raio X. “O conhecimento de operação do aparalho de raio X sempre acaba ficando meio restrito dentro das faculdades, dentro de uma disciplina, e a maioria dos dentistas tem um certo ‘desprezo’ em relação aos procedimentos radiográficos”, explica o professor Plauto Watanabe, responsável pelo Laciro.
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Segundo Watanabe, não basta apenas proteger o paciente, mas também o próprio profissional, que vai usar o aparelho de radiografia várias vezes ao dia. “A dose de radiação numa radiografia odontológica é bem mais baixa do que em outros tipos de radiografia. Um dos principais problemas é que, como essa radiação é de baixa intensidade e aparentemente não causa danos, porque a gente não vê nem sente o raio X, isso induz as pessoas a acharem que não há problema”, explica o professor.
Diagnóstico e prevenção
Como atualmente as radiografias podem ser gravadas em sensores digitais e enviadas de forma eletrônica, via internet, ficou mais fácil transmitir imagens entre profissionais. “Hoje os cirurgiões dentistas acabam entrando em contato conosco para pedir orientação e opinião sobre o diagnóstico dessas imagens”, diz Watanabe. “Existem muitas lesões, até assintomáticas, que aparecem nas imagens, mas o dentista em geral não está familiarizado com problemas que não sejam corriqueiros”, explica.
Junto ao Laciro, funciona o Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão em Diagnóstico Odontológico (Nacedo), ligado a Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da USP. O objetivo é orientar os profissionais dentistas na análise das radiografias para obtenção de diagnóstico.
Outro foco de atuação do Nacedo tem sido estimular o diagnóstico precoce da osteoporose. Como é uma doença sistêmica, o mal também pode afetar os ossos da boca. “Se o dentista tem em mãos uma radiografia panorâmica do paciente, já pode aproveitá-la para checar se há indícios de osteoporose”, explica Watanabe.
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O professor explica que osteoporose na boca pode gerar perda precoce dos dentes e a impossibilidade de colocar implante ou prótese. E não é só: em geral, quem tem osteoporose na mandíbula ou maxilar apresenta grande probabilidade de desenvolver a doença em outras partes do corpo. Caso o dentista encontre indícios da doença numa radiografia odontológica, o procedimento é verificar outras partes do corpo em busca da doença.
Contato
O Laciro pode ser contatado pelo seu site e também pelos telefones
- (16) 3602-4004
- (16) 3602-4004
- (16) 3602-3993
- (16) 3602-3993.
Fonte: USP Online
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