A influência de uma boca bem tratada na saúde e bem-estar geral das pessoas vem sendo cada vez mais discutida no meio médico-hospitalar. Tanto que o tema foi recentemente debatido durante o 27º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP). Há, inclusive, quem defenda uma presença maior de cirurgiões dentistas e bucomaxilofaciais nos hospitais.
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“Não podemos desprezar o impacto provocado no organismo quando a saúde bucal do paciente é simplesmente negligenciada. Ainda que o motivo da internação seja outra doença de base, cuidar do estado geral da boca do paciente pode contribuir muito com o sucesso de um tratamento”, diz o cirurgião-dentista Marcelo Rezende, diretor da Smiling Dental Care.
Entre diversos problemas que têm origem na boca, Rezende diz que a doença periodontal está diretamente ligada a outras patologias. “As doenças periodontais são consideradas infecções nas estruturas de suporte dos dentes (osso, liagamento e gengiva), causadas por bactérias presentes na placa. O processo infeccioso iniciado na boca está relacionado a doenças como diabetes, complicações cardiovasculares, distúrbios renais e respiratórios, hepatite e até com prematuridade”.
Seguindo essa linha, alguns profissionais defendem que pacientes internados em ambiente hospitalar não só têm direito como devem ser submetidos ao acompanhamento odontológico. É o que explica o doutor Luiz Fernando Lobo Leandro, cirurgião bucomaxilofacial do Hospital Santa Paula. “Hospitais e clínicas de saúde já perceberam a necessidade de integrar alguns serviços odontológicos ao protocolo de alguns tratamentos. E devem, em breve, contar com dentistas especializados em suas equipes”.
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Pesquisa divulgada no Journal of Applied Oral Science revelou que, dos 64 pacientes internados em um centro de traumas na cidade de Araçatuba (SP), mais de 90% julgavam a presença de dentistas no hospital indispensável para o acompanhamento de seu quadro de saúde.
“Também no tratamento do câncer a intervenção de um especialista em saúde bucal é importante. Quem está sendo submetido à quimioterapia e transplante de medula óssea, por exemplo, apresenta quadros de baixa resistência imunológica que favorecem o aparecimento de infecções oportunistas – por bactérias, vírus e fungos –, inclusive as de origem dentárias. Isso pode atrasar, complicar e influenciar o tratamento oncológico, aumentando o tempo de internação e os custos do tratamento”, diz Lobo
Fonte: SEGS Portal Nacional
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