Uma prótese ocular de íris digital que vem sendo desenvolvida na Faculdade de Odontologia (FO) da USP deverá aumentar a qualidade de vida de pacientes que perderam o olho devido a traumas ou patologias na região ocular. A inovação é fruto de uma pesquisa do professor Reinaldo Brito e Dias e de seu orientado de doutorado Ricardo Cesar dos Reis, realizada na Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial do Departamento de Cirurgia, Prótese e Traumatologia Maxilo Faciais da FO.
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A prótese é confeccionada a partir de uma fotografia digital da íris, substituindo a pintura manual normalmente utilizada.
— A íris digital inovou o mercado mundial de próteses oculares — afirma o professor Dias.
— A pintura é um processo manual que reproduzirá com dificuldade de fidelidade a íris de um olho sadio diferente da fotografia digital — garante o docente.
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Além disso, o processo de confecção que utiliza a foto digital é capaz de capturar e reproduzir com alta precisão todas as nuances da íris do olho do paciente.
A nova prótese, patenteada pela Agência USP de Inovação, surgiu de uma ideia relativamente simples: fotografar o olho sadio do paciente e transpor a imagem digital para a prótese ocular. Contudo, as dificuldades em obter uma íris protética em que a imagem digital não se alterasse com a ação dos agentes químicos e físicos durante a confecção da prótese foram os grandes entraves para o desenvolvimento da tecnologia. Foram necessários três anos de pesquisa para viabilizar o método de confecção da prótese ocular de íris digital no nível de fidelidade atual.
— O processo de confecção da íris digital consiste em reproduzir fotograficamente a íris do olho são na prótese. Dessa forma, tem-se uma prótese muito mais estética, o que interfere diretamente na aceitação e no bem-estar psicossocial do paciente — afirma Reis.
Outra vantagem da prótese ocular obtida pelo processo de íris digital é a sua longevidade. Segundo Dias, a prótese desenvolvida na FO possui uma durabilidade maior que a obtida com pintura.
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Utilidade Pública
Para Reis, a inovação desenvolvida e patenteada pela USP é, acima de tudo, de grande utilidade pública, pois permite produzir uma prótese muito similar ao olho perdido.
— É um processo mais dinâmico que otimiza o atendimento, supre melhor a demanda, além de representar um menor custo de produção — afirma.
Entre os objetivos da pesquisa está o desenvolvimento de um banco de fotografias de íris digitais, visando criar próteses muito similares ao olho perdido do paciente em um curto espaço de tempo.
— O objetivo deste banco é fornecer um conjunto de íris que possam atender de maneira imediata a demanda de um paciente que precise de uma prótese para o dia seguinte — exemplifica Dias.
Atualmente, o Ambulatório da Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial da Faculdade de Odontologia (FO) da USP atende cerca de 160 pacientes para controle do Tratamento Reabilitador com esta tecnologia de prótese.
AGÊNCIA USP DE NOTÍCIAS