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É o cheiro desagradável do ar expelido pelos pulmões. Não é uma doença e sim um sintoma, que pode ter diversas causas, e tem intensidade variada a depender do período do dia e da idade da pessoa. A fome é também um agravante. É mais facilmente percebida por estranhos do que pela própria pessoa porque o olfato se adapta ao odor, por tolerância, e em pouco tempo, o paciente com halitose se acostuma ao próprio mau cheiro. Quem tem maior tendência a desenvolver mau hálito são aquelas pessoas que respiram pela boca, as que sofrem de doenças como a diabetes, doenças do fígado, distúrbios renais, prisão de ventre, quem tem doenças ou sangramento na gengiva ou baixo fluxo salivar. Os que deixam acumular muita saburra na língua também são fortes candidatos – a saburra é aquela camada esbranquiçada ou amarelada, no dorso da língua, principalmente no terço posterior; é composta de células descamadas, bactérias e detritos alimentares, e os microorganismos ali presentes produzem componentes de cheiro desagradável.
A halitose pode ser causada por diversos fatores, bucais e não bucais, fisiológicos ou patológicos. Segundo uma pesquisa da Universidade de Leuven, na Bélgica, feita em 1999, 87% das causas da halitose são de ordem bucal. Dentre esses fatores bucais (feridas cirúrgicas, cáries, doenças periodontais e outros), a causa mais comum é a higiene oral deficiente, que permite a formação de saburra lingual e de placas bacterianas nos dentes.
Com relação à causa fisiológica, refiro-me aqui ao mau hálito matinal, presente em 100% da população. Para esse tipo, não existe necessidade de tratamento, apenas de orientação. O que acontece é que há uma redução do fluxo salivar durante o sono e consequente aumento da flora bacteriana que gera componentes de cheiro desagradável. O odor deve, no entanto, desaparecer após a higiene dos dentes, da língua e após a primeira refeição da manhã. Caso contrário, deve-se investigar outras causas.
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As causas extrabucais mais freqüentes são as doenças da orofaringe, bronco-pulmonares, digestivas, doenças do fígado, diabetes, tabagismo, deficiência de vitamina A e D, intestino preso, problemas renais e estresse. Também são fontes de mau cheiro, as próteses mal adaptadas e as restaurações defeituosas. Interessante é saber que hoje a gastrite e a úlcera, ou os problemas de estômago em geral, não são mais considerados os vilões do mau hálito, como se pensava. Diversas pesquisas afirmam que apenas 1% das causas de halitose está associada a problemas gástricos.
As conseqüências para quem sofre com a halitose são principalmente de ordem emocional. Os problemas mais comumente relatados são a insegurança ao se aproximar das pessoas, a depressão, dificuldade em estabelecer relações amorosas, resistência ao sorriso, ansiedade, e baixo desempenho profissional. Quem tem mau hálito tem uma tendência a alterar o padrão de comportamento da vida social, familiar e de trabalho, e apresenta tendência ao isolamento.
Diagnóstico da halitose
A importância do diagnóstico de halitose se dá tanto pela questão da saúde geral do paciente quanto pelo seu bem estar emocional e social. O indivíduo portador da halitose sofre discriminação e é vítima freqüente de distanciamento pelo seu grupo social.
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Antes mesmo de ir a um especialista, a melhor forma de saber se tem mau hálito é perguntando a uma pessoa de seu convívio e confiança. Quando confirmada as suspeita, em geral as pessoas buscam tratamento odontológico. Esse profissional deve estar capacitado para fazer o diagnóstico diferencial entre uma halitose real e uma halitose imaginária e, acima de tudo, para conduzir a consulta de maneira a tornar a revelação do problema menos constrangedora para o paciente.
Mas se a causa do problema for médica e não odontológica, o odontólogo deve saber encaminhar o caso para o especialista mais adequado. Em geral, o diagnóstico é facilmente feito pela história clínica e pela constatação do mau cheiro característico. Mas hoje já existem também métodos complementares que auxiliam esse diagnóstico. A medida do fluxo salivar (sialometria) e a halimetria (feita com o uso de um aparelho que mede a quantidade de compostos sulfurados voláteis na boca) são exemplos de bons métodos.
Prevenção da halitose
A prevenção é o que há de mais importante no caso do mau hálito. A higiene cuidadosa da boca e cuidados com a alimentação são as principais medidas a serem adotadas. Os dentes devem ser bem escovados, principalmente após cada refeição, e a língua deve ser limpa com raspadores específicos. O uso de fio dental e a realização de bochechos também são necessários. Outra coisa essencial são as visitas ao dentista para remoção de placa bacteriana ou do acúmulo de tártaro.
Com relação à alimentação, deve-se evitar carne gordurosa, fritura, repolho, brócolis, couve-flor, alho, cebola, preferir queijo branco e leite desnatado, assim como cenoura, maçã e alimentos fibrosos que auxiliam na limpeza da boca, além de água e carboidratos. O álcool e o fumo devem ser evitados.
Fonte: Terra
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