O tratamento do canal da raiz dentária consiste na retirada da polpa do dente, que é um tecido encontrado em sua parte interna. Uma vez que a polpa foi danificada, infeccionada ou morta é removida, o espaço resultante deve ser limpo, preparado e preenchido. Este procedimento veda o canal. Alguns anos atrás, os dentes com polpas infeccionadas ou mortificadas eram extraídos. Hoje em dia, um tratamento de canal salva muitos dentes que de outra forma teriam sido perdidos.
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Os casos mais comuns de polpa infeccionada ou morta são:
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Dente quebrado
Cárie profunda
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Dano ao dente, como um trauma forte, seja ele recente ou mais antigo.
Qual a durabilidade de um dente restaurado?
Os dentes restaurados podem durar a vida toda quando tratados adequadamente. Devido ao fato de ainda ser possível o aparecimento de cárie em um dente tratado, uma boa higiene bucal e exames dentários regulares se fazem necessários, a fim de evitar problemas futuros.
Como não há mais uma polpa viva que mantenha o dente hidratado, os dentes com raiz tratada podem se tornar quebradiços e mais sujeitos à fratura. Este é um importante aspecto a ser levado em conta quando for optar entre uma coroa ou restauração após o tratamento de canal.
Para se determinar o sucesso ou fracasso do tratamento de canal, o método mais confiável é comparar novas radiografias com aquelas tiradas antes do tratamento. Esta comparação mostrará se o osso continua sendo destruído ou se está sendo regenerado.
Após o tratamento de canal, o dente necessita de cuidados especiais?
Sim. O primeiro cuidado é restaurar o dente o mais breve possível para evitar a fratura da coroa e a recontaminação do canal por microorganismos da saliva. Outro cuidado que se deve tomar é fazer controle clínico-radiográfico após 6 meses. Se o dente apresenta lesão óssea perirradicular, os controles são realizados a cada 6 meses até o desaparecimento da lesão. Se essa lesão não diminuir ou não desaparecer no período de 2 anos, é recomendável que se repita o tratamento de canal ou se faça a cirurgia apical, para evitar a extração do dente.
Uma infecção na raiz pode prejudicar a saúde?
Sempre que há infecção na raiz e lesão óssea visível na radiologia significa que a polpa está infectada com bactérias no interior do canal. Essa inflamação óssea pode permanecer por vários anos sem causar dor e danos à saúde, pois o sistema de defesa do nosso organismo está sendo capaz de neutralizar as toxinas liberadas pelas bactérias. Entretanto, quando ocorre queda na resistência orgânica, esses microorganismos podem desencadear uma inflamação aguda no osso, acompanhada de dor e edema (inchaço), além de ocorrer penetração das bactérias na corrente sangüínea (bacteremia). Porém, felizmente, em pessoas saudáveis sem complicações de ordem sistêmica, essas bactérias circulam por todo o corpo e são eliminadas pelas células de defesa em poucos minutos.
Pode voltar a doer um dente com canal tratado?
O tratamento de canal tem um alto índice de sucesso, mas, em alguns casos, o dente pode voltar a doer por diversos motivos: falha do tratamento anterior; dentes com raízes muito curvas (anatomia complicada); canais calcificados; quebra ou ausência da restauração do dente com canal tratado, com conseqüente recontaminação do canal etc.
A diabete contra-indica o tratamento de canal?
Se a diabete estiver controlada ou compensada, o tratamento pode ser realizado sem problemas, porém é importante tomar cuidado ao medicar com antiinflamatórios, pois está contra-indicado o uso de cortisona.
Se o paciente tem problemas cardíacos, deve-se tomar algum cuidado especial para realizar o tratamento de canal?
Em pacientes com problemas cardíacos que já se submeteram à cirurgia ou que possuem defeitos congênitos como prolapso da válvula mitral, é necessário o uso de antibioticoterapia profilática. Essa precaução deve ser tomada não somente quando se realiza tratamento de canal, mas também em qualquer outro tipo de intervenção dentária, como tratamento de gengiva, extrações, colocação de implantes, reimplantes etc. Como foi dito anteriormente, quando se instrumenta o canal infectado, ocorre a bacteremia. Essas bactérias que penetram são jogadas na corrente sangüínea; se encontrarem condições favoráveis, tendem a se alojar e a se multiplicar nesses locais, podendo causar doenças graves como a endocardite. N dúvida, o médico deve ser consultado.
No caso do reumatismo infeccioso, é melhor remover o dente infectado ou tentar tratamento de canal?
Pode ser tentado o tratamento de canal, desde que se faça medicação profilática com antibióticos, já que o reumatismo infeccioso é provocado por bactérias que são encontradas na cavidade bucal.
No caso de um dente reimplantado após trauma, o tratamento de canal assegura o sucesso do reimplante?
Se o dente avulsionado por um trauma for reimplantado imediatamente ou dentro de 30 minutos e, nesse caso, mantido na boca (saliva) ou armazenado em meio úmido (água, soro fisiológico, leite), a chance de se obter sucesso é muito alta. Como ocorre ruptura dos vasos sangüíneos e nervos, o tratamento de canal é necessário e deve ser realizado no período de uma semana a 10 dias para assegurar o sucesso do reimplante.
No caso de fratura acidental da coroa de um dente permanente que acabou de erupcionar, é preciso fazer tratamento de canal? Esse dente vai continuar sua erupção?
Mesmo que haja exposição da polpa (nervo do dente), com sangramento, o tratamento de canal não deve ser realizado, pois a raiz não está totalmente formada. Nesses casos, realiza-se somente a remoção da polpa coronária (nervo da coroa do dente), mantendo-se a polpa radicular para que a raiz complete sua formação. É importante que, durante esse período, seja realizado um acompanhamento com radiografias e testes com gelo para verificar a vitalidade do dente.
Um dente com canal tratado tem a mesma resistência que um dente sem canal tratado?
O índice de sucesso do tratamento de canal é alto (por volta de 90%) e o dente pode permanecer na boca por tanto tempo quanto um dente íntegro. É bom lembrar que o tratamento de canal não enfraquece o dente. O que causa enfraquecimento é a perda de estrutura dental causada geralmente por cárie, que, por sua vez, leva o dente a necessitar da intervenção endodôntica.
Fonte: Site AVOL