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Roberto Carlos tem uma música chamada O sósia, composta nos anos 60. Fala do encontro com um sujeito que anda se passando por ele e ficando até com a sua namorada, que não percebeu a diferença. Numa última tentativa de desmascará-lo, Roberto pede um violão e começa a cantar. Porém, o sósia o interrompe:
– Também sei cantar – e solta a voz nas estradas.
É quando a casa cai: ele desafina! Ou seja, a única coisa que não sabia imitar era justamente o principal dom do Rei!
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Saudosismo à parte, essa letra é uma metáfora do desafio, enfrentado por nós dentistas, de ser diferente no meio de tantos colegas. A música levanta uma questão: o quê em nós é inimitável? Equipamentos, materiais, decoração, cursos, habilidades, qualidade dos procedimentos, ações de marketing, meios de pagamento, ou seja, tudo aquilo que pode ser adquirido pode também ser imitado. É só uma questão de tempo.
O inimitável é o que somos e não o que temos. É aquele talento, aquele dom, aquele jeito de ser que nos faz uma pessoa única. As pessoas se ligam a nós por esse canal, independente se temos ou não aquela TV de plasma 42` na sala de espera. Elas gostam mesmo é da nossa forma de olhar, de brincar, de compreendê-las, de ter empatia, enfim do nosso lado humano, dos nossos valores. O resto é brinde.
Não estou dizendo que não devemos progredir e nos desenvolver. Isso é uma obrigação de quem se coloca no mercado como profissional. Digo apenas que essa não é a nossa principal identidade, o que nos leva a uma pergunta mais profunda ainda: afinal, o que somos? Se soubermos a resposta, é justamente isso que devemos aperfeiçoar, lapidar, pois é o que faz de nós uma obra prima, inimitável. Escute o Rei.
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