Graças a parceria entre Ministério da Saúde, entidades odontológicas, MEC, Receita Federal e IBGE, o cirurgião-dentista ganhará em 2009 seu mais completo perfil. CFO participou, no dia 18 de setembro, de videoconferência para definir os dados que fornecerá para pesquisa.
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A pesquisa vai tentar responder as seguintes questões sobre o cirurgião dentista brasileiro:
- Quantos atuam no Brasil?
- Como eles se distribuem geograficamente, e pelos níveis de formação técnico-científica?
- Que tipo de exercício profissional os CDs desenvolvem?
- Quanto ganham?
O Ministério da Saúde deu início em agosto ao projeto de pesquisa intitulado “Perfil Atual e Tendências do Cirurgião-Dentista brasileiro”. O resultado sairá – em livro e em meio eletrônico – no prazo máximo de um ano e abrangerá três tipos de perfil: sócio-demográfico; da formação técnico-científica e o relativo ao mercado de trabalho.
A expectativa do Governo Federal é que essas informações contribuam para o planejamento e a implementação das políticas de formação e inserção profissional no campo da saúde bucal. As entidades nacionais da Odontologia, por sua vez, esperam ganhar uma ferramenta capaz de apurar, de forma fiel, as tendências do exercício odontológico. O que não foi possível com a pesquisa produzida por essas entidades, em 2003, e por uma razão simples: enquanto a primeira foi feita por amostragem (foram ouvidos 614 profissionais), a atual fará uma fotografia completa do cirurgião-dentista, ao refinar as informações referentes ao total de profissionais que atuam no país.
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Para tanto, a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, dirigida pela cirurgiã-dentista Ana Estela Haddad, começou a articular as informações existentes em bancos de dados de fontes tão diversas como Conselho Federal de Odontologia (CFO), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Receita Federal e ministérios. No total, 11 fontes servirão de base à pesquisa.
Videoconferência
Na manhã do dia 18 de setembro, aconteceu a segunda reunião entre alguns dos atores que produzirão o “Perfil”. Realizada por videoconferência, a reunião foi aberta, de Brasília, pela diretora do Ministério da Saúde Ana Haddad. “Esta pesquisa é um anseio de todas as entidades”, lembrou ela, antes de destacar a importância de o país ter essas informações disponibilizadas publicamente.
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O encontro virtual teve participantes também de Rio de Janeiro, São Paulo e Londrina. Da capital paulista, falava o professor João Humberto Antoniazzi, que além de representar a APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), falava em nome da Faculdade de Odontologia da USP e do Observatório de Recursos Humanos Odontológicos da mesma faculdade. Do Rio, participavam o presidente do CFO Miguel Nobre e o gerente de Tecnologia da Informação da autarquia Luciano Barreto. De Londrina, a professora da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Maria Celeste Morita. E da capital federal, falavam, também, o vice-presidente da ABO Nacional, Luiz Roberto Craveiro Campos, e o representante da Abeno, Orlando Ayrton de Toledo.
“Pureza dos dados”
Por três horas, com a colaboração on-line do CFO, os representantes avaliaram como conseguiriam informações mais refinadas sobre a distribuição de cirurgiões-dentistas por cidade – de acordo com os diversas faixas populacionais -, tipo de formação, sexo, tempo de experiência, faixa etária, origem de profissionais estrangeiros e movimentos migratórios entre um estado e outro. A cada tópico levantado, o gerente de TI do CFO, Luciano Barreto, confirmava as informações diretamente no banco de dados da autarquia.
Em busca do que chamou de “pureza dos dados”, a professa Maria Celeste, que representava o Ministério da Saúde – a diretora Ana Haddad precisou se ausentar no início do encontro – avaliava, com a colaboração dos demais participantes, a melhor metodologia a ser adotada. “Precisamos ter clareza sobre a distribuição dos profissionais para, a partir daí, formular as políticas adequadas”, justificou.
Para alcançar o grau de pureza mencionado por ela, muitas informações do CFO deverão ser cruzadas com o banco de dados do Ministério da Educação (MEC). Como essas informações só passaram a ser armazenadas a atualizadas eletronicamente no começo dos anos 90, concluiu-se que as séries históricas ganharão mais precisão a partir desse período. “Além disso, as mudanças mais recentes da Odontologia estão acontecendo num ritmo muito mais veloz”, completou o presidente do CFO, Miguel Nobre, referindo-se aos dados referentes ao cruzamento entre número de inscritos e formandos nas faculdades. Outro cruzamento importante a ser feito será o de formandos nos cursos de especialização nas APCDs e ABOs e o de especialistas inscritos no Conselho Federal.
Trabalho em rede
Com todos colaborando e opinando sobre cada um dos itens analisados, chegou-se ao fim da lista de dados a serem apurados – da qual, aliás, grande parte deverá sair do Sistema de Informação dos Conselhos de Odontologia.
Satisfeita, Maria Celeste deu por encerrado o encontro. “Agradeço enormemente a todos. A reunião foi fantástica. É ótimo podermos contar com essa tecnologia”, disse, exaltando a facilidade proporcionada pela tecnologia da videoconferência. “Em nome das entidades, nos sentimos gratos e estamos à disposição para colaborar em tudo que estiver ao alcance do CFO”, completou Miguel Nobre, que cumprimentou cada um dos colegas presentes nessa verdadeira reunião interestadual à distância.
Em seguida, a professora Maria Celeste destacou a colaboração das entidades odontológicas que formam o Núcleo Operacional da Pesquisa, que vão se reunir novamente em 30 de outubro: “Esta é uma oportunidade da Odontologia dar uma demonstração de trabalho em rede”.
O próximo encontro vai tratar da avaliação da pesquisa de campo e do acompanhamento do desenvolvimento do projeto.
Até lá, o Conselho Federal de Odontologia já terá enviado ao Ministério da Saúde todas as variáveis de dados solicitadas na reunião do dia 18 de setembro.
Fonte: Marcelo Pinto/Jornal do CFO