Semelhante a outras patologias, como sinusite e otite (inflamação no ouvido), a Disfunção Temporo-Mandibular (DTM), apesar do nome pouco conhecido, é mais comum do que se imagina. É na infância que hábitos parafuncionais são adquiridos e que mais tarde podem colaborar para o problema. De acordo com o odontologista Aurélio Belas, diretor da Clínica Cir – em Brasília, os cuidados devem começar cedo. “Chupar dedo, usar chupeta, morder objetos, lábios ou língua e até mesmo respirar pela boca podem provocar problemas de oclusão (mau posicionamento dentário), que mais tarde vai desencadear a disfunção”, afirma o especialista.
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Para entender o que acarreta a DTM, é necessário saber que existe uma articulação entre a mandíbula e o osso do crânio, que permite o movimento de abrir e fechar a boca, a chamada articulação temporo-madibular (ATM). O funcionamento anormal da articulação temporo-mandibular, dos ligamentos, dos músculos da mastigação, dos ossos da maxila e da mandíbula, dos dentes e das estruturas de suporte dentário pode acarretar a DTM, esclarece a protesista Mayra Freire, que compõe o corpo clínico do Cir.
A estudante Brunna Gomes, 15 anos, descobriu a disfunção na cadeira do dentista. Após ter ido ao hospital e não receber nenhum diagnóstico preciso, resolveu ir ao consultório odontológico, onde a DTM foi detectada. “Nessa época ela tomava muitos medicamentos para conter a dor. Quando a levei ao dentista, pudemos finalmente iniciar o tratamento”, relembra a mãe, Tina.
CHECK–UP – Segundo Dra. Mayra, para descobrir se o indivíduo tem predisposição à DTM, o ideal é realizar o exame da oclusão e da palpação da Articulação Temporo Mandibular (ATM), sempre que for ao dentista. O diagnóstico é basicamente clínico, podendo também utilizar exames complementares como radiografias, tomografias e ressonância magnética, além de uma avaliação computadorizada dos ruídos na ATM.
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O tratamento recomendado envolve vários profissionais. Além do dentista, muitas vezes é necessário acompanhamento de fisioterapeuta, neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo ou psiquiatra. “Em alguns casos poderemos lançar mão de placa miorrelaxante, exercícios musculares, eletroterapia, ajustes oclusais, uso de aparelhos bucais, compressas na região, técnicas de relaxamento e terapia a laser. Raramente é preciso intervir cirurgicamente. Mas, para evitar a DTM, o essencial é procurar um especialista ao sentir sintomas como zumbidos ou estalidos no ouvido, dor de cabeça, dores musculares e dificuldades ao abrir a boca”, orienta a especialista.