A aprovação dos serviços de saúde no País chega a 86,4%, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2008, divulgada nesta quarta-feira (31). Dos 26,7 milhões de brasileiros que se consultaram na rede pública ou privada nas duas semanas anteriores ao levantamento, mais de 23 milhões consideraram “muito bom ou bom” o atendimento recebido. Quase 57% dos entrevistados usaram o Sistema Único de Saúde (SUS) . O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, considerou importante os avanços apontados no estudo do IBGE, que mostra ainda a ampliação do acesso à rede pública de saúde – mais consultas, mais exames preventivos e maior cobertura da Estratégia Saúde da Família.
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De acordo com a PNAD 2008, cerca de 80 milhões de pessoas procuraram postos e centros de saúde naquele ano – o que corresponde a 56,8% da população que vai regularmente ao médico. Em 1998, a proporção era de 41,8%. Se por um lado aumentou a utilização das unidades básicas de saúde, por outro lado, a procura por ambulatórios de hospitais caiu. Apenas 12,2% das pessoas recorrem normalmente aos serviços ambulatoriais. Em 1998, a proporção era de 21,5%.
Essa queda ilustra uma mudança na mentalidade dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) . “No passado, o hospital era visto como a referência, o centro do atendimento público. Com a organização que estamos conseguindo imprimir gradualmente na rede, os postos e centros de saúde são considerados a porta de entrada do SUS”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante o lançamento da PNAD 2008 nesta quarta-feira (31), no Rio de Janeiro.
Postos e centros de saúde realizam prevenção, diagnóstico de doenças e vacinação. A crescente procura por esses locais é resultado da integração da atenção básica com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), que atendem os casos de urgência no intuito de desafogar os hospitais.
SAÚDE DA FAMÍLIA – O reforço na Estratégia Saúde da Família (ESF) também contribui com a maior procura pelas unidades básicas de saúde. Os agentes comunitários vão de casa em casa para orientar a população sobre práticas de vida saudável. Eles também explicam a importância de recorrer ao posto para prevenir doenças, evitando complicações e internações em hospital.
A PNAD 2008 revela que 27,5 milhões de casas estão cadastradas na Estratégia da Saúde da Família (ESF). São 96,5 milhões de pessoas cobertas – o que corresponde a 50,9% da população. Os dados confirmam a expansão do programa, conforme já anunciado pelo Ministério da Saúde.
As famílias de menor renda são as principais beneficiadas: 54% das pessoas atendidas têm rendimento de até dois salários mínimos. As regiões Nordeste e Norte têm a maior cobertura: 67,7% e 53% dos habitantes, respectivamente. O ministro José Gomes Temporão lembra que os Estados Unidos estão seguindo o exemplo da Europa e do Brasil, depois que o presidente Barack Obama conseguiu aprovar no Congresso a reforma do sistema de saúde. /O novo modelo de saúde norte-americano tenta fugir de um sistema que produz desigualdade para se aproximar de um modelo universal, como o SUS/, avaliou.
SAÚDE BUCAL – A proporção de brasileiros que nunca se consultaram com um dentista caiu para 11,7%, em 2008. Em 1998, a taxa era de 18,7%. A PNAD 2008 também aponta que a procura por atendimento bucal cresceu de 31,1% da população, em 1998, para 40,4%, em 2008.
Os números do IBGE reforçam os resultados positivos do programa Brasil Sorridente, criado em 2004 pelo Ministério da Saúde para melhorar a assistência odontológica dos brasileiros. O investimento na área cresceu quase nove vezes de 2002 a 2009 – passando de R$ 56,9 milhões para R$ 504 milhões. Nesse período, a cobertura do atendimento de saúde bucal saltou de 26,1 milhões para 91,3 milhões de pessoas.
REDUÇÃO DO TABAGISMO – Em 20 anos, a proporção de fumantes no País caiu praticamente pela metade. 17,2% dos brasileiros fumavam, em 2008, contra 33% em 1989. Ainda segundo a PNAD 2008, 65,8% das pessoas nunca experimentaram cigarro e 13,3% deixaram o vício.
Os dados respaldam a política de controle do tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No intuito de reduzir a atratividade do produto, o Ministério da Saúde passou a inserir imagens de advertência mais explícitas sobre os males causados pelo fumo nas carteiras de cigarro. O MS também limitou a publicidade da indústria do tabaco.
Fonte:Agência Saúde
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