Nossos dentes são testados todos os dias, submetidos a todas as mordidas e mastigações, em cada lanche, almoço e jantar. E haja resistência para conseguir tirar um pedaço daquele pé-de-moleque!
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Um novo estudo sugere que essa resistência venha da forma microscópica do esmalte dentário, que lembra a trama de uma cesta. O esmalte é o que recobre nossos dentes, uma camada forte, porém quebradiça.
Sendo que a fragilidade dos dentes humanos é comparável à do vidro, é de se espantar que, quando bem cuidados, os dentes não se quebrem em pedacinhos e durem o tempo de uma vida.
Para buscar os motivos disso, cientistas estudaram os dentes de humanos, de lontras marinhas e de vários outros animais e compararam suas estruturas e formação. Eles testaram quanta força um dente pode suportar antes de se quebrar.
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Foi descoberto, então, que a micro-estrutura do esmalte faz com que as rachaduras que, possivelmente, se formam não se espalhem pelo resto do dente, fazendo-o quebrar em mil pedacinhos.
“Pode-se examinar os dentes de pessoas mais velhas e descobrir que eles estão cheios de rachaduras, mas, mesmo assim, eles continuam intactos” declarou Brian Lawn, que coordenou as pesquisas, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologias.
Lawn também diz que a espessura do esmalte mostra o tipo de dieta para qual cada espécie está preparada. Gorilas, por exemplo, têm dentes com mais esmalte do que os humanos, logo, conseguem comer coisas mais duras. Orangotangos e chimpanzés têm dentes similares, mas os primeiros têm mais esmalte, porque eles consomem nozes e outros alimentos de casca mais resistente.
Antropólogos podem usar as descobertas e comparar dentes dos nossos ancestrais e descobrir que tipo de dieta eles tinham.
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Segundo Lawn, os implantes que usamos para substituir os dentes perdidos não se parecem em nada com os verdadeiros dentes em matéria de micro-estrutura – sendo assim, essas próteses têm menos resistência e mais chances de quebrarem. Se cientistas conseguirem criar um material que lembre a estrutura do esmalte dentário, poderiam ser produzidos implantes mais resistentes e que lembrem mais um dente normal.
Fonte: [Live Science]