Uma substância encontrada no chá verde foi o caminho para o desenvolvimento de um composto eficaz para combater a erosão dentária. Na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), da USP, a professora Marília Buzalaf, do Departamento de Ciências Biológicas da FOB, em conjunto com outros pesquisadores, realizou alguns testes que demonstram a eficácia da catequina (nutriente de ação antioxidante encontrada no chá verde) como inibidora das metaloproteinases da matriz (MMP).
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Essas enzimas, quando ativadas, são responsáveis pela erosão da dentina, a camada mais interna do dente. Uma das substâncias testadas pelos pesquisadores como inibidores da MMP é a epigalocatequina galate (EGCG), um flavonóide (grupo de compostos orgânicos encontrados em diversas espécies vegetais e em alimentos processados como o chá) que também é encontrado no chá verde. O grupo responsável pela pesquisa produziu géis à base de inibidores de enzimas como a epigalocatequina galate, encontrada no chá verde, a clorexidina e o sulfato ferroso.
Os géis foram aplicados sobre a dentina, posteriormente exposta à substâncias ácidas, como refrigerantes. Enquanto o bochecho com o chá inibiu 30% da corrosão, a utilização do gel, de todos os inibidores, garantiu 100% de inibição em uma única aplicação. Os géis foram patenteados pela Agência USP de Inovação, e já foi dada a entrada do pedido de licenciamento que viabiliza a sua comercialização.
A ideia é que pacientes com o problema possam ir até o consultório odontológico receber a aplicação profissional do gel desenvolvido na FOB. O próximo passo é um estudo de maior duração que avalie os efeitos a longo prazo do gel e descubra de quanto em quanto tempo é necessário uma nova aplicação.
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Fonte: USP
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