Nos últimos dez anos o setor de planos odontológicos registra aumento estimado em 460%, mas isso ainda não foi suficiente para garantir o acesso a uma saúde bucal para a maioria da população.
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Em 2000, por exemplo, o número de beneficiários no país totalizava 2,43 milhões, passando para 13,64 milhões no ano passado. Esse salto supera em mais de dez vezes a expansão obtida pelos planos de assistência médica.
"Os planos odontológicos hoje já são o terceiro maior benefício reivindicado nos dissídios coletivos. É o segmento que mais cresce dentro da saúde suplementar", garante Carlos Roberto Squillaci, presidente do Sindicato das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog). Para se ter uma ideia, apenas 15,8% dos planos exclusivamente odontológicos são contratados por pessoas físicas.
Pelos seus cálculos, o mercado de assistência odontológica privada é um filão que ainda tem muito a ser explorado. "Apenas cerca de 7% da população tem um plano odontológico", informa Squillaci. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que as 384 operadoras de planos odontológicos autorizadas para funcionamento no mercado, juntas, somaram uma receita da ordem de R$ 1,1 bilhão em 2010. Em 2003, o faturamento fechou em cerca de R$ 499 milhões.
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Líder no ramo, com um terço desse mercado, a OdontoPrev fez sua primeira oferta pública de ações (IPO; sigla em inglês) já há quatro anos. "O lucro líquido da empresa passou de R$ 17 milhões no terceiro trimestre de 2009 para R$ 40 milhões em igual período do ano passado, aumento de 135%", diz Randal Zanetti, diretor presidente da companhia. A explicação do presidente se resume em dois pontos – o segmento é restrito e tem preço acessível. " O plano odontológico tem potencial para atingir camadas sociais C e D", diz.
Ao contrário dos planos de saúde, os odontológicos levam outra vantagem, a de não serem vendidos por faixa etária, segundo José Mário Morais, secretário geral do Conselho Federal de Odontologia. "A prevenção em odontologia dá resultado melhor", afirma.
Há 23 anos no mercado, a OdontoPrev decidiu, desde 1998, aproveitar as boas oportunidades oferecidas por um mercado ainda pulverizado. As duas últimas transações ocorreram em 2009, quando adquiriu a Bradesco Dental. "Já a parceria com o Banco do Brasil tem como objetivo construir uma joint venture para operar nos canais do banco. São movimentos estratégicos para tornar o processo acessível", explica. Segundo ele, dos 4,5 milhões de beneficiários 90% correspondem a planos empresariais. "As parcerias com Bradesco e BB visam maior acesso às pequenas empresas." No triênio 2007/2010 a companhia desembolsou R$ 100 milhões em compras.
Segunda colocada no ranking, com 9% de market share, a Interdont, há 17 anos no ramo, aposta na mesma estratégia do concorrente para ganhar mercado. "Adquirimos a Plena Dental no Paraná em 2008 e no ano seguinte a Odonto Clínica, em São Paulo, além da Interdont no Nordeste. As aquisições sempre nos interessaram", conta José Antonio Molinari, diretor presidente da empresa. Com uma receita estimada em R$ 190 milhões neste ano frente aos R$ 131 milhões obtidos em 2010, Molinari observa que o comportamento da população brasileira teve uma mudança na última década. "As pessoas estão mais preocupadas com a prevenção e a estética. Outro fator responsável pelo incremento do setor foi o aumento do poder aquisitivo das classes C e D", diz.
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Nem bem chegou ao mercado e a MetLife Brasil já conta com 370 mil usuários. "Compramos a Odonto A em 2008 e iniciamos a operação em janeiro do ano seguinte. Nossa meta é atingir um milhão de usuários até 2013", diz Octavio Antonio Filho, diretor de planos odontológicos. Com uma receita de R$ 40 milhões em 2010, a projeção para 2011 é bater nos R$ 60 milhões. "Em 2013 o objetivo é atingir R$ 120 milhões", prevê.
A SulAmérica Seguros e Previdência chegou ao segmento em 2009 e já expandiu sua carteira de clientes. Uma das estratégias é explorar as vendas cruzadas.
Fonte: Valor Econômico/CROSP
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