Uma fruta típica do nordeste brasileiro, apreciada pelo uso na produção de doces, sucos e em um dos petiscos mais apreciados, a castanha de caju, tem potencial de ser uma alternativa inovadora e barata no tratamento do câncer de boca e de mama.
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Essa foi uma das constatações do químico Wellington Alves Gonzaga em sua tese de mestrado apresentada na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB) no primeiro semestre deste ano. O trabalho estudou as substâncias que compõem o óleo extraído do interior da casca da castanha, em especial do ácido anacárdico e o cardanol.
Durante dois anos, o pesquisador, que também trabalha como professor da Secretaria de Educação, realizou seus estudos nos laboratórios de Ciências da Saúde e Química da UnB.
Entre tubos de ensaio, bicos de Bunsen e elementos químicos, Wellington descobriu que, em alguns casos, as substâncias extraídas do óleo e processadas em laboratório têm o poder de destruir até 70% das células cancerígenas de mama e até 80% das células que provocam o câncer de boca.
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A extração do óleo é uma tarefa delicada: a castanha precisa ser cortada e superaquecida com etanol para a retirada do líquido, que ainda é pouco valorizado no Brasil.
Atualmente, quando ele não é descartado pelas indústrias após a torrefação, é vendido para empresas no exterior a preços irrisórios. Essas empresas fazem o processamento do óleo, que é revendido para o país a preços elevados.