Para alguns, a coruja simboliza mistério e sabedoria. Para outros, ela é símbolo de azar e de morte chegando. Já para o dentista Sérgio Gonçalves, de Santa Rita do Sapucaí (MG), a coruja é símbolo de uma nova peça para a sua coleção. Gonçalves tem mais de mil corujas em sua casa e a coleção, que começou há duas décadas, só tende a ficar maior.
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O cômodo da casa onde funcionava o escritório, hoje guarda 1,2 mil itens da coleção de corujas do dentista. Na mitologia grega, a ave representa sabedoria e é por isso que elas são o símbolo dos formandos. Elas estão por todos os lados, em tamanhos e formatos diferentes. Gonçalves começou a coleção há mais de 20 anos.
Com mais de mil itens, dentista coleciona corujas no Sul de Minas. Após um presente, colecionador começou a adquirir as peças com a ave. Cômodo onde ficava escritório guarda as corujas em Santa Rita do Sapucaí.
“Eu tinha uma cliente em Itajubá (MG) que era formada na faculdade de filosofia, e o símbolo da faculdade na época da formatura dela era uma coruja em cima de dois livros. Conversando com ela, eu falei que tinha vontade de ter uma coruja daquela. Aí no dia seguinte ela chegou falando que aquela coruja ela não tinha pra me dar, mas tinha uma outra, e me deu de presente. Essa foi a primeira (da coleção)”, conta o dentista.
Dentista tem cerca de 1,2 mil corujas em casa em Santa Rita do Sapucaí (Foto: Reprodução EPTV)Dentista tem cerca de 1,2 mil corujas em casa em Santa Rita do Sapucaí (Foto: Reprodução EPTV)
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A ave está presente em relógios, em quadros na parede, tem corujas no paliteiro e abridor de garrafas. Em uma parte do cômodo reservado às corujas ficam só as canecas. Algumas vieram do exterior: da Argentina, Espanha, Andorra, Portugal e até da Indonésia. A coleção já é parte da família e a esposa ajuda a organizar as peças. “Cada presente que vem pro Sérgio é como se presenteasse a família toda”, comenta Maria Teresa Gonçalves, esposa de Gonçalves.
As filhas cresceram em meio a esta paixão do pai com as corujas. Uma das aves, vestida como polícia montada, veio do Canadá e foi presente da filha Marina Gonçalves. “Na minha última semana no Canadá, eu encontrei ela, e eu fiquei numa alegria tão grande que meus amigos não entenderam porque eu fiquei tão feliz de ter achado uma coruja”, lembra. “Eu não gosto de algumas da coleção, acho meio estranhas, mas meu pai é apaixonado por todas.”
De barro a metal, há corujas de todos os tipos na casa (Foto: Reprodução EPTV)De barro a metal, há corujas de todos os tipos na
casa (Foto: Reprodução EPTV)
Gonçalves confirma: ele ama as corujas e sabe as histórias de praticamente todas da coleção. “Pra mim a mais interessante foi uma que um médico aqui da cidade me deu, e essa coruja, pelas nossas contas, já tem 120 anos. E no dia que fui no consultório ele me deu e disse que a coruja era pra ser minha, e não dele. E eu fiquei muito emocionado quando ganhei ela”, conta o dentista.
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O resultado é uma diversidade de corujas feitas de diferentes materiais: metal, pelúcia, cabaça, cerâmica, prata, barro, cristal, palha, pedra e até de casca de castanha do Pará. Essa coleção extensa, com peças ricas em detalhes, não é nada fácil de limpar. Nesta hora, Gonçalves convoca a família e toda ajuda é bem vinda. “Junta a família e também a secretária do consultório, todo mundo ajuda”, conta Maria Teresa.
O abridor de cartas foi a última coruja a fazer parte da coleção e Gonçalves não sabe até onde vai com a coleção. “Até onde eu vou. Por onde eu for, as corujas vão. E depois eu peço pra minhas filhas darem continuidade, e passarem para meus netos, e por aí vai”, diz o dentista.
Fonte: G1