Parece
estranho colocar um título que sugere uma Odontologia do passado onde
nossa mão se misturava com a saliva e sangue do pacientes. O objetivo
deste artigo é justamente falar sobre um tema que, sem dúvida, deve
fazer parte do arsenal de conhecimentos e competências que nós Dentistas
devemos ter para conseguir sobreviver neste famoso mundo competitivo
chamado mercado de trabalho: Gestão em Odontologia ou como gosto de
falar Odontologia Extrabucal.
Uma das
grandes mudanças ocorridas na Odontologia nas duas últimas décadas foi
na relação (proporção) cliente profissional. Quando me graduei em 1984
lembro-me perfeitamente que meu passo seguinte foi montar meu
consultório, formar minha carteira de clientes particulares através do
conhecido boca a boca e rapidamente completar a capacidade instalada de
meu consultório. Capacidade instalada também chamada de potencial de
produtividade é justamente o número de clientes ou horas disponíveis que
meu consultório podia atender com e sem minha presença física. Naquela
época quem mandava nesta relação era o Dentista. Não precisávamos
fidelizar ou manter nossos clientes, eles surgiam por todos os lados. Há
quem diga que paciente/cliente particular, assim como o tamanduá
bandeira e o mico leão dourado, são espécies (com todo respeito) em
extinção. É fato a multiplicação das empresas e usuários de sistemas de
convênios. Os processos compartilhados visando taxa da ocupação,
controles financeiros e otimização de resultados são uma tendência.
Hoje
pouco mais de 20 anos após este momento importante de minha carreira
profissional temos uma mudança radical neste cenário. Com a
multiplicação de instituições de ensino, queda do poder aquisitivo do
brasileiro, surgimento dos convênios dentre outros fatores esta relação
mudou. Os clientes estão no comando. Eles podem escolher o profissional
e fidelizá-los passou a ser uma estratégia indispensável para o sucesso
e realização profissional. Vejam quatro razões que justificam fidelizar
um cliente:
n
01 – A Razão da Substituição
É muito mais barato manter um cliente atual do que
conquistar um novo Cliente
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02 – A Razão da Recomendação
Clientes fiéis convencem outros a comprar
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03 – A Razão da Eficiência
Custa menos atender Clientes fiéis
n
04 – A Razão do Oportunismo
Clientes fiéis são menos sensíveis a preços mais altos
Agora
sim o título Odontologia sem luvas passa a ter uma razão de existir.
Trabalho na graduação em Odontologia na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP)
onde estamos implementando conceitos de Gestão, Planejamento e
Estratégias de Carreira. Percebo que a visão e formação do Dentista está
ligada exclusivamente à execução do procedimento, ou seja, o pedaço
tecnicista dentro de uma consulta odontológica e que nem sempre o
paciente tem condição de avaliar. O que fica é o sentimento pelo serviço
recebido conhecido por qualidade percebida.. Entendo que uma consulta
odontológica abrange o tempo em que o cliente entra em nossa
Empresa/Consultório até o momento em que ele vai embora. Cabe a nós,
formadores de opinião e multiplicadores do conhecimento, nas diversas
escolas de Odontologia romper este paradigma da formação tradicional e
preparar nossos alunos para esta nova necessidade de posicionamento
profissional na Odontologia.
Até
mais....
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