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HUMANIZAÇÃO DE CONSULTÓRIOS

 

 

(*) Por Dr. Roberto Caproni e Suelena Morais

Os consultórios precisam ser agradáveis para os clientes e para os profissionais que

ali trabalham. Aos clientes, porque chegam estressados, com medo. Aos

profissionais porque passam a maior parte de seu tempo dentro do ambiente de

trabalho. Baseados nisso, trabalhamos a humanização do espaço buscando

tranqüilizar o cliente, deixa-lo à vontade e tornar o espaço agradável ao profissional

de saúde.

É uma tarefa relativamente simples. Basta que você dentista, médico ou outro

profissional da área coloque-se no lugar do cliente: quais os desconfortos que ele

percebe? O que deveria ser alterado para te dar maior conforto? Quais os medos

que te afligem quando você é o cliente? Apenas respondendo a estas perguntas

você descobrirá muitos aspectos que devem ser alterados dentro de sua clínica ou

consultório. Para guiá-lo dentro deste assunto, preparamos os seguintes itens:

- o local mais “amigo” que conhecemos é nossa própria casa e o local que

provavelmente mais nos causa desconforto e receio quanto ao futuro é um

hospital. Portanto, o consultório ou clínica deve ter espaços similares a uma

casa (a recepção, por exemplo) e deve, tanto quanto possível, afastar-se da

assimilação com um hospital ou similar. Os instrumentos de trabalho de um

dentista não devem ficar à mostra, pois assustam os clientes. E aqueles

modelos “cheios de dentes e pinos”, aquelas fotos usadas em congressos de

odontologia são interessantes para seus colegas mas podem causar

pesadelos nos clientes mais sensíveis.

- as cores devem ser adequadas ao uso dos espaços, de preferência fugir dos

ambientes totalmente brancos. Tons claros de verde, azul ou violeta

combinados com detalhes mais vibrantes em laranja, coral ou amarelo

resultam em um ambiente mais acolhedor e mais rico, com personalidade.

As cores são muito importantes dentro de uma área de saúde, porém, na

dúvida sobre uma combinação correta, o melhor é não arriscar. Poucas

pessoas conseguem combinar bem as cores dentro de um espaço, pois elas

mudam de acordo com a área pintada, o tipo de iluminação, reflexões e etc.

- os móveis (da recepção, principalmente) devem ser confortáveis, de visual

limpo. Principalmente se ocorrem atrasos no atendimento.

- as revistas ofertadas devem estar bem cuidadas e ser do interesse de seu

público alvo. Revistas rasgadas mostram que o dono delas não é cuidadoso

e, se não o é com as revistas, por que seria com os clientes? (está claro que

quem depreda as revistas é o próprio cliente, mas elas não devem ser

deixadas na recepção. É bom lembrar que TUDO que é percebido no seu

consultório é diretamente associado à SUA personalidade!)

- mantenha vasos com flores naturais. Da mesma maneira que acontece com

o estado de conservação das revistas, a capacidade de cuidar de uma flor ou

planta natural, tão delicadas, é diretamente associada à sensibilidade de

quem cuida delas. Se você é tão sensível que consegue cuidar bem de uma

planta, saberá também cuidar MUITO bem de seus clientes. Mas tome

cuidado: se você não consegue manter um vaso de flores (trocando antes

que elas murchem), ou uma folhagem (não deixando que ela fique cheia de

folhas amarelas ou secas), não as coloque em seu consultório pois o

resultado pode ser pior que a falta delas... Também não apele para as

plantas artificiais, elas não são bem vistas: causam a impressão de estar

querendo enganar o cliente.

- coloque quadros com temas e cores que combinem com o ambiente e com o

perfil de seu público alvo.

- mantenha um som ambiente agradável e também de acordo com o perfil do

seu cliente. Música clássica, por exemplo, não agrada à média dos clientes

adolescentes.

- mantenha uma temperatura ambiente agradável.

- o piso deve ser de cor clara, que seja mantido limpo e que realmente pareça

limpo. De acordo com a Secretária de Saúde, o piso das áreas de

procedimento deve ser lavável.

- o sanitário deve ser preparado para receber o cliente. Não deve estar cheio

de caixas, entulhado, com o compressor pendurado no teto (a Vigilância

Sanitária de alguns municípios proíbe a colocação do compressor dentro do

sanitário). Às vezes é difícil projetar este espaço em alguns consultórios

pequenos. Ele deve servir de depósito de material de limpeza, almoxarifado

e tantas outras coisas que só um projeto muito bem detalhado poderá

transforma-lo também em sanitário para uso do cliente. O cliente julga um

consultório pela limpeza do sanitário.

- A sala de espera é um dos pontos mais importantes do seu consultório ou

clínica. Ela deve ser confortável, bonita, agradável a todos os sentidos. Se

for confinada entre paredes cegas, tentar criar artifícios para torna-la mais

agradável (é sempre preferível ter a sala de espera em um local com

janela). Quando possível, é bom criar neste espaço:

- sanitário para clientes.

- janelas.

- bebedouro ou bancada com água.

- fluxo especial para que um cliente que sai não encontre o

cliente que entra (em algumas especialidades, isso é

fundamental!).

- divisórias com isolamento acústico.

Não pretendemos, aqui, esgotar o assunto, que é muito mais amplo e envolve um

diagnóstico do consultório atual e seus problemas específicos. Mas as sugestões

acima podem ser implantadas sem custo elevado e melhorar bastante sua relação

com os clientes e a produtividade do seu consultório.

Ter as condições físicas ideais para se trabalhar, isto é uma localização e um ponto

bem planejado, é condição essencial para se ter a qualidade técnica, a qualidade

percebida pelo cliente e o sucesso profissional que você busca e que com certeza

merece.


* Dr. Roberto Caproni - É graduado em Odontologia pela UFMG e em Administração de Empresas. Pós-graduado em Marketing e em Ciências do Comportamento.Possui cursos de marketing com as maiores autoridades mundiais  do assunto. É consultor  de marketing e ministra palestras e cursos sobre Marketing Aplicado à Saúde no Brasil e no Exterior. É autor do livro best seller Marketing Interpessoal – O Contato direto com o cliente.Mais informações sobre o tema poderão ser obtidas no site www.caproni.com.br ou pelo telefax (031)3773-7301.  

(*) Suelena Morais

Graduada em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1987, com

pós-graduação em Arquitetura Hospitalar pela Universidade de São Paulo. É

especializada em decoração de interiores e em Marketing Aplicado à Saúde.

Desenvolve laudos técnicos para avaliação do Ponto para a definição de estratégias

de marketing para instituições de serviços, faz análise de fluxos internos de clientes

e funcionários, buscando a otimização de resultados em consultórios, clínicas,

farmácias laboratórios e hospitais. E-mail suelanamorais@uol.com.br

A reprodução dos textos de autoria de Roberto Caproni em jornais, revistas, boletins informativos, sites, fax, e-mail ou qualquer outro veículo de divulgação é PERMITIDA desde que citado o autor e o endereço eletrônico www.caproni.com.br

contador, formmail cgi, recursos de e-mail gratis para web site

Marketing de Relacionamento em Odontologia - Parte I

Marcos Antonio de Souza Rocha*

Alguns renomados autores definem marketing de relacionamento como um estado da arte. Esses autores afirmam que o marketing de relacionamento surgiu em resposta às novas exigências do mercado, que incluem uma nova forma de relacionamento entre prestadores de serviços e consumidores (leia-se clientes/pacientes), e ao crescimento da fragmentação do mercado. No mercado atual, altamente competitivo e turbulento, relacionamentos de longo prazo com os clientes são vistos como vantagens competitivas para as empresas.

Criar um relacionamento duradouro com o seu paciente é fundamental para o sucesso de seu “negócio”. Mimar o paciente, hoje se tornou um diferencial no segmento da saúde e em Odontologia não seria diferente. Ambientes agradáveis substituíram os antigos consultórios com paredes brancas recheadas com diplomas de cursos. Hoje a tecnologia já permite aos pacientes ver um filme com óculos especiais, relaxar ao som de músicas de seu agrado, receber uma massagem relaxante na própria cadeira enquanto está sendo atendido entre tantas outras possibilidades.

Motive sua equipe, ouça opiniões de pacientes, aceite sugestões, teste idéias, invente, dê uma reviravolta em seus conceitos, ou seja, quebre paradigmas[ii].

Descubra o seu potencial e não fique de fora dos novos tempos, crie relacionamentos duradouros com seus pacientes e faça deles a chave de seu sucesso. Contagie-os com seus métodos estimule-os a divulgar suas técnicas e habilidades. Por mais avançada que esteja a publicidade atual, nada substitui uma boa indicação pessoal.

O código de ética da Odontologia exige certos limites, respeite-os, mas crie alternativas viáveis. Boletim informativo de seu consultório, Site, News Letter (boletim eletrônico) etc. Use sua criatividade e não se incomode de “copiar” idéias bem sucedidas, isto em administração se chama Benchmark.[iii]

Consultórios bem sucedidos, agendas lotadas, horários completos, não são utopia. Mesmo em tempos de crise, bons profissionais, que mantém relacionamentos duradouros com seus pacientes são recompensados. Relacionamentos duradouros precisam ser cultivados, sem radicalismos e com muito bom senso (cartas a cada mês com mensagens vazias, chateiam ao invés de fidelizar!). Treine sua equipe em regras simples de boa educação e obedeça-as você também. Um consultório com ambiente agradável, revistas atualizadas, música ambiente discreta, pinturas sóbrias, são dicas importantes.

Seja detalhista, mas não esqueça de dar o seu toque pessoal, não deixe a tarefa de “moldar” o seu ambiente nas mãos de terceiros, pois afinal ela é muito importante para o seu negócio. Aceite sugestões e idéias, mas participe ativamente desta tarefa.

E finalmente não esqueça de tratar da melhor forma possível àquele que no fim das contas é o foco de todo o seu esforço, ou seja, o seu paciente.
 


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[ii] Quebrar paradigmas é, em uma análise simples, mudar, inovar, progredir de alguma forma, tendo assim, uma visão mais abrangente e evoluída da vida.

[iii]A expressão benchmark é comumente utilizada no meio empresarial para definir estratégias de comparação e balizamento entre empresas, produtos e serviços de sucesso. Em outras palavras, as empresas utilizam a técnica do benchmark para conhecer quem faz melhor algum produto ou serviço, e a partir daí aprender com suas estratégias de sucesso e erro. Afinal, para se atingir o sucesso é necessário arriscar e quem arrisca está exposto às duas situações.


Sobre o autor: Marcos Antonio Rocha é Cirurgião Dentista, Pós Graduado em Administração de Empresas, Consultor em Marketing e Estratégia  WEB  e autor  de vários outros artigos  sobre Marketing e Negócios .  Entre em contato:rocha@apcd.org.br  



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